Banida das redes, Ludmila Lins Grilo anuncia seu retorno à internet

A ex-juíza Ludmila Lins Grilo estreou, na sexta-feira 15, o seu perfil em uma nova plataforma: a rede Locals. Desde 2022, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Ludmila não tem mais seus perfis nas redes sociais.

“Após sofrer todos as intimidações e expurgos possíveis”, diz a ex-magistrada, “passei todo o ano me preparando para esta nova fase”. Foi dessa forma que ela introduziu a sua “primeira publicação no Locals, que é uma rede que não compactua com estados ditatoriais”.

Refúgio para os silenciados

Pessoas que perderam suas contas nas redes sociais mais populares — como Instagram, Twitter e Facebook — têm encontrado no Locals uma alternativa para expressar-se livremente. É o caso, por exemplo, do jornalista Allan dos Santos, exilado nos Estados Unidos, e do youtuber Bruno Aiub Monteiro, o Monark.

Há quase um ano, Moraes mandava derrubar sites

Em setembro de 2022, Ludmila Lins Grilo também teve seus sites derrubados por decisão de Alexandre de Moraes. Na ocasião, ela preparava um curso que ministraria em uma dessas páginas da internet.

Na ação, obtida pela Revista Oeste com exclusividade, Moraes determinava “a intimação do presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, para que adote, imediatamente, todas as providências necessárias para a completa retirada dos sites”.

Afastamento e aposentadoria forçada

As principais alegações para o banimento de Ludmila foram suas críticas a políticas de governos estaduais e municipais e a decisões judiciais, referentes à pandemia da covid-19. Ela também questionava o juízo do STF nos inquéritos das supostas fake news (notícias falsas).

Saiba mais: “Ludmila Lins Grilo revela motivos de aposentadoria compulsória”

Em fevereiro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) havia afastado a então juíza, por causa dessas críticas ao Supremo. Ao final de maio, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) a aposentou compulsoriamente. Assim, além das redes sociais, ela foi banida também da magistratura.