O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou, neste sábado, 6, luto oficial de três dias em homenagem ao ex-treinador Mario Jorge Lobo Zagallo, que morreu nesta madrugada. A decisão, que vale a partir de hoje, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Mais cedo, nesta manhã, Lula usou o Twitter/X para elogiar o ex-treinador. Segundo o presidente, o Velho Lobo “foi um dos maiores jogadores e técnicos de futebol de todos os tempos, um grande vencedor e símbolo de amor pela Seleção Brasileira e pelo Brasil”.
Você sabia? | Zagallo treinou a melhor seleção da história
Na publicação, Lula citou a trajetória do ex-treinador, único tetracampeão do mundo, e classificou Zagallo como corajoso, dedicado, apaixonado e supersticioso. “Zagallo era exemplo de brasileiro que não desistia nunca”, escreveu Lula. “É essa lição e espírito de carinho, amor, dedicação e superação que ele deixa para todo o nosso país e para o futebol mundial.”
Zagallo tinha 92 anos
A morte do ex-treinador foi comunicada pelo perfil oficial de Zagallo no Instagram na noite de ontem. Com a saúde fragilizada, o ex-treinador passou por várias internações nos últimos anos. Ele estava internado no Hospital Barra D’Or desde o dia 26 de dezembro. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos.
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O único tetracampeão mundial será velado neste domingo, 7, na sede da Confederação Brasileira (CBF), na Barra da Tijuca. O velório está previsto para começar às 9h30, horário de Brasília, e será aberto ao público. Em seguida, às 16h, ocorrerá o sepultamento no Cemitério São João Batista.
13 curiosidades sobre Mário Jorge Lobo Zagallo
Confira 13 curiosidades relacionadas a Zagallo — 13 porque ele fazia questão de dizer que era o seu número da sorte.
1 — Natural de Alagoas
Apesar de ter vivido e trabalhado durante muito tempo no Rio de Janeiro, Zagallo era alagoano. Ele nasceu em Atalaia, em 9 de agosto de 1931. O município compõe a Região Metropolitana de Maceió e tem população estimada em 37 mil habitantes. A família se mudou para a capital fluminense quando Mário Jorge tinha apenas meses de vida.
2 — Jogador do América do RJ
No Rio de Janeiro, Zagallo começou a dar seus primeiros passos no futebol. Nas categorias de base, o primeiro time dele foi o América. Em 1950, foi para o Flamengo, onde estreou como jogador profissional e atuou até 1958. Como atleta, ele ainda jogou por outro clube carioca, o Botafogo, de 1958 a 1965.
3 — Ponta esquerda campeão
Durante a carreira como jogador de futebol, atuou na posição de ponta esquerda. E conquistou dezenas de títulos. Foram 12 pelo Flamengo e outros 15 pelo Botafogo. Além disso, foi campeão pela seleção brasileira em dez oportunidades, incluindo duas edições da Copa do Mundo: 1958 e 1962.
4 — Do Opalla ao México
Depois de encerrar a carreira como jogador, Zagallo passou a trabalhar como treinador. O seu primeiro trabalho na nova função, no Botafogo, rendeu o convite para ser o técnico da seleção brasileira em 1970. Com o comando dele no banco, o time canarinho conquistou a Copa do Mundo daquele ano. A curiosidade é que, segundo o site do canal esportivo ESPN, a conversa para ele treinar a seleção ocorreu meses antes do torneio, numa conversa de 20 minutos com dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A “reunião” ocorreu dentro do Opalla de Zagallo.
5 — Convocação do terceiro goleiro
Como técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, equipe considerada a melhor de todos os tempos do futebol, o Velho Lobo foi responsável por uma inovação. Com a contusão do ponta direita Rogério, ele convocou Emerson Leão, goleiro do Palmeiras. A seleção já contava com outros dois goleiros: o titular Félix e o reserva Ado. Com Leão, criou-se a tradição do “terceiro goleiro” nos mundiais. Isso tanto no Brasil quanto no exterior. Nas últimas edições do torneio, todas as 32 participantes convocaram três goleiros.
6 — Esquema tático moderno
Em reportagem sobre a evolução tática do futebol brasileiro publicada em maio de 2014, o site da rede de comunicação alemã Deutsche Welle (DW) destacou que, com Zagallo de técnico, a seleção brasileira de 1970 pode ser considerada uma das primeiras a implementar o esquema 4-2-3-1, que se popularizou, sobretudo na Europa, durante os anos de 2010.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado