O Ministério de Minas e Energia informou, neste domingo, 3, que o houve uma redução da probabilidade de “deslocamento de terra em larga escala” na região da mina da Braskem em Maceió.
Representantes da pasta deram a declaração com base em um relatório, elaborado no sábado 2, durante uma reunião do ministério para gerenciar as ações relacionadas às instabilidades geológicas em Alagoas.
De acordo com o relatório, houve redução da velocidade de deslocamento de terra, de 50 centímetros para cerca de 15 centímetros por dia. “Registra-se que ainda é uma velocidade elevada, ao se comparar com o parâmetro anterior da ordem de 20 centímetros por ano”, salientou o ministério. “A situação ainda demanda atenção.”
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O documento afirma que a expectativa dos especialistas do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) é que, se houver desmoronamento, ocorrerá de forma localizada e não generalizada
O texto destaca que o sismo percebido ocorreu em direção à Lagoa de Mundaú, um fenômeno que indicaria um afastamento da situação de instabilidade da área original. “Não se observa alteração expressiva do nível da lagoa”, informa o relatório. “Entende-se haver baixo risco de contaminação da lagoa.”
Atualmente parte da lagoa Mundaú está interditada para a navegação. “Uma avaliação para a área demonstra que o sistema geológico está entrando em equilíbrio”, diz o documento. “Isso é corroborado pelo sistema DGPS de monitoramento e pela rede sismográfica, mostrando claramente diminuição na intensidade e quantidade de microsismos, bem com os movimentos nas duas direções, vertical e horizontal.”
A pasta ressalta, contudo, que “ainda é necessário continuar o ostensivo monitoramento da área como um todo”.
O ministério comunicou que representantes do ministério, do SGB e da Agência Nacional de Mineração (ANM) continuam interagindo com autoridades locais para acompanhar a crise que envolve a mina da Braskem.
Como é o avanço do afundamento do solo
Imagens aéreas da Defesa Civil de Alagoas, registradas no último sábado, 2, mostram avanço das fissuras provocadas no solo de Maceió, em razão do colapso de uma mina da Braskem.
“Podemos observar que têm várias fissuras”, disse o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés. “As fissuras continuam sendo ampliadas nessa região. Então a cratera se encontra na lagoa, com 40% no continente. Essa parte molhada ampliou hoje. Ontem tínhamos apenas uma pequena parte molhada.”
O coronel ainda afirmou que o afundamento da terra está aumentando. “Era de 1,40 m, está agora em torno de 1,60,m”, disse. Assista ao vídeo:
Nesta semana, a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta sobre o “risco iminente de colapso” em um dos poços da mina 18 de sal-gema da Braskem.
Foi em fevereiro de 2018 que os moradores do bairro do Pinheiro começaram a notar as primeiras rachaduras em suas casas. Uma das rachaduras no bairro chegou a 280 m de extensão.
No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 aumentou ainda mais as rachaduras e crateras no solo, causando danos irreversíveis nas residências. Cinco anos depois, o problema se agravou e se ampliou para outros bairros, e cerca de 60 mil pessoas tiveram de ser evacuadas.
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