Na manhã desta quarta-feira, 6, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as provas obtidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato a partir de processo de delação premiada com ex-funcionários da empreiteira Odebrecht. Com a decisão, voltou a circular nas redes sociais um vídeo em que um dos donos da construtora cita o magistrado.
Neto do fundador da empreiteira, Marcelo Odebrecht citou Toffoli nominalmente em um dos depoimentos que prestou à Polícia Federal (PF). Conforme o material resgatado por internautas, o empresário afirmou, diante de agentes, que fez contato na época em que Toffoli aguardava validação por parte do Senado para ser aprovado para o STF.
“Uma das razões que eu sempre dizia para o Adriano [Maia, ex-diretor jurídico da Odebrecht] manter esse contato é porque eu achava que era uma pessoa que tinha potencial e que seria importante de ter ele [Toffoli] como aliado futuro”, disse Marcelo Odebrecht, em depoimento à PF, conforme vídeo resgatado por internautas.
Toffoli no STF
Ex-advogado do PT, Dias Toffoli foi indicado para o STF por Lula, em 2009, quando era o advogado-geral da União. Nesta quarta, ao anular provas da Lava Jato relacionadas à Odebrecht, o ministro também criticou a prisão de Lula. Atual presidente da República, o petista ficou preso por um ano e sete meses, de abril de 2018 a novembro de 2019, justamente por ser alvo de denúncias no âmbito da operação da PF.
No depoimento em que definiu o interesse de ter o hoje ministro do Supremo como “aliado futuro”, Marcelo Odebrecht confirmou que Toffoli seria o “amigo do amigo do meu pai”. A alcunha foi revelada em abril de 2019 pela revista Crusoé.
A reportagem, que abordava o interesse de executivos da empreiteira em fechar algum acordo com o “amigo do amigo do meu pai”, chegou a ser censurada pelo ministro Alexandre de Moraes. Na época, Toffoli falou ser vítima de fake news.
De acordo com Marcelo, o amigo de seu pai, Emílio Odebrecht, seria Lula.
Marcelo Odebrecht sobre Dias Toffoli: "O amigo do amigo do meu pai" pic.twitter.com/8rdZdGa2H5
— Pavão Misterious ? ?? (@misteriouspavao) September 6, 2023
Um dos delatores da Lava Jato, Marcelo Odebrecht chegou a ser preso, em 2016. Inicialmente, ele foi condenado a 19 anos de prisão, sendo acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Apesar disso, ficou poucos meses detido (deixou a cadeia em 2017). Em abril do ano passado, o ministro Edson Fachin, do STF, reduziu a pena dele para sete anos de prisão.
Na reportagem de capa da Edição 180, a Revista Oeste informa a “A volta da Odebrecht” (agora com o nome Novonor). A reportagem, assinada por Carlo Cauti, relembra delações premiadas e cita trecho de relatório da ONG Transparência Internacional — Brasil, que menciona US$ 3,4 bilhões em “pagamentos e/ou lucros oriundos da corrupção” da empreiteira. “O da Odebrecht é o mais bem organizado caso de corrupção já desvendado na história do capitalismo.”
Começou. Agora Moro vai ser preso e o ladrao vai ser indenizado em bilhoes. A quem apelar? os generais comprados, o stf dominado, o senado corrupto…..
Está na hora de começa a matar esses vagabundos do STF. Não tem outra saída.