Durante a visita da equipe de reportagem de Oeste à Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), militares que estão empenhados nos resgates às vítimas das enchentes compartilharam suas experiências e falaram sobre os desafios enfrentados desde o início das fortes chuvas.
Segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado, divulgado na tarde desta terça-feira, 14, cerca de 148 pessoas morreram e mais de 2 milhões foram afetadas pelas tempestades no RS. Dessas, 76.884 estão em um dos mais de 700 abrigos espalhados pelo Estado, e outras 538.545 estão desalojadas — estão em casa de amigos e familiares para fugir das chuvas. Há 124 desaparecidos.
Segundo o tenente coronel Robson, comandante do batalhão de aviação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, as primeiras ações de resgate foram empreendidas em 1º de maio, no entorno de Lajeado e Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari. Ele explicou que os cidadãos foram avisados do risco de enchentes pela Defesa Civil por “várias vezes”, mas não saíram das áreas de risco.
Como ocorreram os resgates
Os salvamentos foram feitos com o apoio de aeronaves da Brigada Militar, da Polícia Militar do Paraná e do Corpo de Bombeiros. A partir das primeiras ações, a equipe de resgates não parou.
De acordo com o militar, forças de segurança de todo o Brasil se deslocaram até o Estado para prestar apoio. Ele citou os Estados de Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará, mas afirmou que agentes de outras unidades federativas também estão no RS e atuando de forma ativa nos resgates.
A Marinha, Aeronáutica e Exército também estão auxiliando nas ações. Robson, contudo, destacou a mobilização de atores pouco familiarizados com resgates e treinamentos para momentos de catástrofe: os civis.
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“Os civis se mobilizaram de uma forma ímpar, nunca visto, pelo menos pela minha experiência”, disse Robson, em entrevista a Oeste. “E, sem esse aporte, esse suporte dos civis, tenho certeza de que a tragédia seria ainda muito maior. Então, devo reconhecer o trabalho voluntário, que os civis estão realizando desde o início também e dando todo o aporte — não só às forças de segurança, mas às pessoas. Os civis se reuniram para salvar pessoas.”
O trabalho é reconhecido pelas forças de segurança. No caso da Brigada Militar, os policiais fazem patrulhamentos noturnos e em áreas alagadas para que os voluntários possam permanecer atuando em conjunto com os agentes. A corporação também designou mil reservistas para o trabalho de monitoramento em abrigos.
Atualmente, o militar está empenhado em ações de serviço e suporte aéreo. Ele leva insumos como alimentos, roupas, medicamentos e cobertores para abrigos e também realiza o translado de enfermos até os hospitais.
Robson estima que 39 aeronaves das Forças Armadas e das forças estaduais estão empenhadas no atendimento às vítimas, além de aeronaves civis, que também estão trabalhando de forma voluntária e coordenada.
Os desafios para salvar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
O sargento Maxwell de Moraes, da Polícia Militar de Minas Gerais, é um dos agentes que se deslocaram para prestar apoio nas ações de resgate no Rio Grande do Sul. Em 1º de maio, primeiro dia de salvamentos, a equipe de Maxwell retirou 14 pessoas de cima de um caminhão. Elas não conseguiam sair devido à força das correntezas das enchentes.
Os cidadãos foram levados até um lugar seguro. O grupo de militares também realizou inúmeros translados. Um caso em específico chamou a atenção por sua complexidade.
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“Em meio à calamidade, teve um senhor que se esforçou muito para chegar até a cobertura de um prédio e pedir ajuda”, contou o sargento. “Ele tinha cerca de 150 quilos e tinha dificuldades de andar devido ao peso e um quadro de elefantíase. Conseguimos transportá-lo em nosso cesto e o levamos até o Clube Sogipa, aqui em Porto Alegre.”
O militar explicou que sua equipe não teve dificuldades relacionadas à resistências por parte das vítimas. “Todas as pessoas que resgatamos estavam esperando ajuda ou haviam desistido de permanecer em suas casas”, disse. “Elas queriam se deslocar até locais seguro, mas não tinham como, então auxiliamos nesta tarefa.”
Se resgatar pessoas em tempos de paz representa desafios as FFAA, imagina-se sua capacidade para defesa do território nacional. Diante disso o Suriname passa a ser uma preocupação às nossas fronteiras. A vergonha só aumenta.
O Milico chefe da FA diz que os “Os civis são Atores poucos familiarizados com resgates…”, pior são os Atores que deveriam ser mais preparados em salvar a população do que a pintar meio fios.