O jornalista esportivo Milton Neves, 71 anos, sofreu um acidente doméstico e precisou ser afastado de suas atividades na Bandeirantes. Em razão desse problema, o apresentador ficou fora da mais recente edição do programa Terceiro Tempo, exibida no domingo 26.
Neves disse ao programa Melhor da Tarde que sofreu um pequeno ferimento na cabeça. “Se a pancada fosse um pouco mais abaixo da testa, ficaria sem meus olhos”, revelou. “É dramático, mas é verdade.” O apresentador teve de ir a um hospital, onde fez exames e levou pontos na região do ferimento.
Segundo o colunista Flavio Ricco, do portal R7, o apresentador deve retornar à Bandeirantes no próximo fim de semana.
‘A imprensa escolheu um lado’
Acostumado a mexer com a paixão de multidões de torcedores, Neves há algum tempo rompeu as fronteiras do jornalismo esportivo, ao abordar temas diversos da atualidade do país. Com a campanha eleitoral de 2022 fervendo, o apresentador da Band apareceu em primeiro lugar numa lista com os jornalistas mais influentes da internet brasileira — muito em razão de comentários sobre o noticiário político.
A liderança no ranking veio quase simultaneamente, com a inclusão do seu nome numa representação do Partido dos Trabalhadores (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre supostas manipulações de notícias envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à Presidência. A peça reclamava de “disseminação de desinformação” e reprodução de falas fora de contexto. Além de Neves, apareceram os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), políticos e jornalistas.
O veterano dos microfones foi incluído depois de comentar o vídeo de um comício de Lula, no qual o petista discursa sobre mulheres sofrendo agressões dentro de casa. “Meu Deus! Essa é a ‘alternativa ao ódio’?”, escreveu o jornalista.
“Definitivamente, não dou traço de audiência em qualquer veículo”, observou Neves, ao comentar a ação nas redes sociais. “E não é que isso esteja talvez preocupando o estafe do Lula lá no TSE?”.
Em entrevista à Revista Oeste, o jornalista fala sobre o tom exaltado do discurso de campanha de Lula e da escolha da imprensa por um lado da polarização política.
Leia um trecho
O senhor tem no currículo entrevistas com Lula e Bolsonaro. Como foram os contatos com os dois presidenciáveis?
O Bolsonaro eu só vi uma vez na vida, quando ele esteve na Bandeirantes, e a emissora pediu para todos os apresentadores o receberem. Afinal, era o presidente da República. Foi a única vez que o vi. A do Lula foi uma coincidência geográfica. Cobri sete Macabíadas, que são os jogos esportivos e religiosos da comunidade judaica. O entrevistei em 1993, em Israel. Ele foi fazer média com os judeus, porque estava do lado dos árabes. Como pegou mal, aceitou um convite para ir para a Macabíada de 1993, em Tel-Aviv. E calhou de eu ficar do lado dele na tribuna da imprensa. Porque na tribuna principal só tinha autoridade importante: o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, o presidente Ezer Weizman, o ex-presidente Shimon Peres. Então ele ficou escanteado, como eu e todo mundo. Aí fiz uma entrevista com ele, a primeira e única. O povo publica e republica. Não tenho nada contra ele. Que seja feliz e tenha saúde. Tenho falado também que ele tem vociferado ódio e raiva. Quando pega o microfone, nesses encontros com a turma do lado dele, fica saracoteando pra lá e pra cá, e fala com um ódio. Aí eu falei: “Lula, cuida da sua saúde. Desejo saúde para você, mas vociferando tanto ódio e tanta raiva, isso vai fazer mal. E desejo tanta saúde para você como desejo para mim”.
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Já sou assinante e o aplicativo só fica me oferecendo assinatura. Ficou complexo e chato, ler oeste
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