Montblanc contradiz Lula

Pouco antes de assinar o termo de posse no domingo 1˚, o presidente Lula (PT) usou uma caneta que, segundo ele, teria ganhado de um apoiador do Piauí chamado Fernando Menezes, em 1989. O homem confirmou a história, contudo, disse não se lembrar de quando deu o presente ao petista.

“Não ganhei 89, não ganhei em 94, não ganhei em 98”, lembrou Lula. “Em 2002, ganhei as eleições e, quando eu cheguei aqui, tinha esquecido a minha caneta e assinei com a caneta do senador Ramez Tebet (MDB-MS).”

Apesar das versões de Lula e Menezes baterem, divergem na data. Isso porque o modelo da caneta usada pelo presidente, da edição Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald, só surgiu em 2002. Portanto, 13 anos depois do período em que Lula afirmou ter recebido o objeto. “Só podemos confirmar 100% após uma avaliação mais precisa da peça”, comunicou a Montblanc, em nota obtida pelo site O Antagonista.

Quase 4,5 mil unidades da Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald, edição limitada em homenagem ao autor de O Grande Gatsby (1925), foram colocadas à venda em 2002. A caneta pode ser encontrada por R$ 7 mil na internet.

Em 2019, o então presidente eleito Jair Bolsonaro usou uma caneta Bic para assinar o termo de posse. O objeto sempre era citado pelo então chefe do Executivo quando assinava decretos.

Depois da repercussão do caso envolvendo o nome da empresa, a Montblanc informou ser “uma marca global, presente no Brasil há mais de 30 anos, que respeita as leis e as autoridades brasileiras e se exime de posições políticas” e que deseja “todo sucesso ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato”.

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