A Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) confirmou a morte do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que levou dois tiros na cabeça durante uma perseguição no bairro Aarão Reis, na zona norte de Belo Horizonte. A corporação fez o anúncio na noite deste domingo, 7, dois dias depois do atentado contra o agente de segurança pública.
O Hospital João XXIII, onde o sargento estava internado, deu início ao protocolo de confirmação da morte cerebral no sábado 6, por volta das 16h. A conclusão do caso levou pouco mais de 24 horas.
Roger Dias estava com duas balas alojadas na cabeça. Desde a internação, passou por duas cirurgias e recebeu nove bolsas de sangue. O quadro era irreversível, conforme anunciara a major da Polícia Militar Layla Brunella.
Entenda a história do assassinato do sargento da PM
Segundo o boletim de ocorrência, a PM recebeu informações de que dois homens estavam andando armados em um Fiat Uno de cor cinza no bairro Aarão Reis.
Equipes do 13º Batalhão identificaram o veículo e começaram a perseguição por volta de 22h17, na Avenida Risoleta Neves. Segundo os registros, os suspeitos não obedeceram à ordem de parada.
Durante a perseguição, o motorista do Fiat Uno teria perdido o controle do veículo e batido em um poste nas imediações. Depois do acidente, o homem no volante e o comparsa desceram às pressas e continuaram a fuga a pé. Ao se aproximar de um deles, o sargento foi surpreendido por disparos de arma de fogo, realizados à queima-roupa.
Um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais foi baleado na cabeça durante uma perseguição e está em estado gravíssimo no hospital. Ele tem uma filha recém-nascida.
— Eduardo Ribeiro (@eduribeironovo) January 6, 2024
O autor do disparo é mais um dos beneficiados pelo indulto de Natal que não retornou à prisão. pic.twitter.com/8IQcmw6qGt
“Ele [o autor] faz essa menção de se entregar e, nesse momento, saca uma arma de fogo e efetua quatro disparos”, disse, em coletiva de imprensa neste sábado, 6, a major Layla.
Roger Dias foi levado inicialmente para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, e posteriormente transferido para o Hospital João XXIII, na região centro-sul de Belo Horizonte.
A liberação dos algozes
O homem que atirou na cabeça do sargento Roger Dias passou por audiência de custódia na manhã deste domingo. A juíza de plantão converteu a prisão em flagrante de Welbert de Souza Fagundes, de 25 anos, e do comparsa, Geovanni Faria de Carvalho, de 33, em prisão preventiva. A tentativa de assassinato ocorreu na noite da sexta-feira 5.
Os dois presos têm ampla ficha criminal. Welbert, por exemplo, responsável por atirar no sargento, deveria ter voltado para a prisão no fim do ano passado, depois de desfrutar a saída temporária. Ele era considerado foragido da Justiça.
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A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais e da Polícia Militar informaram que Welbert cumpria pena no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, desde agosto de 2023. Em dezembro, a Justiça lhe concedeu o benefício da saída temporária.
Geovanni também passou pelo presídio, entre março e setembro do ano passado. Foi naquela época que recebeu o alvará de soltura da Justiça. Ele tem pelo menos 15 registros na polícia, dois deles pelo crime de homicídio.
Associação justifica atentado: “Desigualdade social”
A Associação de Magistrados Mineiros (Amagis) se manifestou sobre a caso que envolve Roger Dias, em virtude da comoção do público nas redes sociais. Em nota divulgada neste domingo, a instituição alegou que o assassinato do policial, cometido por um preso que aproveitava a saída temporária, é fruto da desigualdade social no país.
“É lamentável vincular a tragédia experimentada pelo corajoso sargento Dias ao juízo que concedeu benefício previsto na Lei”, escreveu Luiz Carlos Rezende e Santos, presidente da Amagis. “Afinal, o ocorrido reflete a sociedade em que atualmente vivemos, cada vez mais violenta, armada e intolerante, recheada de ataques inexplicáveis por trás das redes sociais, não enfrentando os verdadeiros motivos da violência urbana, fruto da desigualdade social, falta de oportunidades de trabalho lícito aos egressos do sistema prisional, além da falta de perspectiva de futuro para inúmeras pessoas.”
A associação dedicou um trecho da nota para rebater o que chamou de “comentários dissociados da realidade”. Na véspera, brasileiros se revoltaram contra a tentativa de homicídio e criticaram as saídas temporárias, em que os detentos saem às ruas com a promessa de que retornarão aos presídios nas datas estipuladas pela Justiça.
De acordo com a Amagis, “a) o acusado estava no regime semiaberto; b) o acusado tinha direito a sair diariamente para o trabalho desde novembro de 2023; e c) não havia falta grave anotada em seu atestado carcerário, sendo que a acusação de furto resultou na perda do livramento condicional em meados do ano passado, porém o Ministério Público não deu início à ação penal, resultando no relaxamento da prisão provisória”.
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A instituição afirma que, em todos esses casos, a Justiça agiu de acordo com as regras estabelecidas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mencionou também que a legislação brasileira autoriza as saídas temporárias, até cinco vezes por ano, por até sete dias cada uma.
“O autor que disparou contra o nosso policial militar possui 18 registros pela Polícia Militar, é oriundo do sistema penal e estava de saidinha de Natal”, disse Layla, ao lembrar que Welbert tem passagens por roubo, falsidade ideológica, receptação, tráfico de drogas e ameaças.
Um herói é morto tentando proteger a população, enquanto a nossa justiça muito bem remunerada finge que está tudo certo.
O cara cumpria pena desde agosto de 2023 e quatro meses depois é escolhido para a “saidinha”? Será que não tinha nenhum outro preso com a ficha mais limpa que esse? Quem o escolheu?
A Justiça no Brasil virou um circo de horrores. O sargento quiz fazer a prisão legalmente e acabou morto covardemente por causa de uma decisão de uma juíza que colocou um criminoso de alta periculosidade solto. Se eu fosse policial atirava primeiro e mandava parar depois. Só assim para ficar vivo, já que o policial não tem nenhuma proteção legal, mas os bandidos sim.
Do jeito que está escrito parece que a culpa foi da “sociedade que está armada e que é intolerante”. Só faltou dizer que os CAC’s eram cuplados também, quando, na verdade, quem estava armado era um detento condenado, que estava solto graças à “Saidinha de Natal”, que, se não tivesse sido solto, não teria matado ninguém, pelo menos, ninguém fora da cadeia. Essa AMAGIS não menciona, sequer, que esse detento havia conseguido uma arma de forma ILEGAL. Esse detento não conseguiu essa arma, ilegalmente, com o objetivo de arrrumar um emprego, mas sim, com o bjetivo de praticar algum delito grave, ou seja, ele já havia planejado lesar alguém com violência e acabou matando, traiçoeiramente, um servidor da lei, que tinha uma carreira exemplar, e que, certamente, não sacou sua arma antes, por medo de vir a ser acusado de uso excessivo da força. É esta parte da sociedade, que cerceia a atividade policial, esta sim, é que é intolerante com a parte honesta e trabalhadora da sociedade, ao permitir que bandidos fiquem soltos e ao fabricar explicações injustificáveis, para atos abomináveis como este. Essa parte cerceadora sim, favorece a criminalidade. Este é o absurdo que vivemos.
O posicionamento da Amagis é inaceitável . Eles são a fonte deste aumento de criminalidade. São eles os responsáveis por isso!!! Posicionamento COVARDE