Autoridades dos principais institutos meteorológicos e geológicos do Brasil se reuniram para discutir as implicações de uma nova frente fria que deverá atingir o Rio Grande do Sul. O fenômeno climático vai ser responsável por levar mais tempestades ao Estado no decorrer dos próximos dias.
Segundo a análise divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o sistema frontal permanecerá estacionado sobre a parte central gaúcha. Isso intensificará as chuvas na região, piorando as condições das enchentes que já afetam o local.
A nota emitida pelas instituições alerta para chuvas intensas desta sexta-feira, 10, até a próxima segunda-feira, 13. O foco das tempestades será o centro-leste e o nordeste do Estado. Isso inclui a Região Metropolitana de Porto Alegre.
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Estima-se que os volumes de chuva possam superar os 150 mm nesse período. A condição poderá agravar a situação das enchentes, especialmente nas bacias que alimentam o Lago Guaíba.
Rio Grande do Sul vai encarar tempestades, frente fria e ciclone
Adicionalmente, a previsão aponta a possibilidade de formação de um ciclone extratropical próximo à costa do Rio Grande do Sul. Tal situação pode aumentar os ventos de leste, o que dificulta o escoamento das águas da Lagoa dos Patos para o oceano.
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Nos próximos dias, uma massa de ar frio e seco vai suceder à frente fria. A mudança resultará em uma queda nas temperaturas. Além disso, há a possibilidade de mais chuvas na semana seguinte.
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Os rios Taquari, Caí e Sinos estão retornando lentamente aos seus níveis normais, bem como a região do delta do Jacuí. No entanto, os ventos atuais indicam uma estabilidade com leve tendência de elevação no nível do Guaíba. As tempestades que vão retornar à região metropolitana e ao norte do Estado aumentarão o volume de água que chega ao lago, o que intensifica o risco de enchentes.
A análise do Inmet, Cemaden, Cenad e Inpe também destaca que as bacias hidrográficas próximas a Porto Alegre, como as dos rios Gravataí, dos Sinos e Caí, receberão tempestades. A posição dos ventos na Lagoa dos Patos dificultará o escoamento das águas, o que aumenta o risco de inundações nas regiões de Pelotas, Rio Grande e arredores. A Bacia do Rio Uruguai, na fronteira do Brasil com a Argentina, também deve continuar a subir nos próximos dias.
Alerta para deslizamentos de terra
O documento ainda emite um alerta específico para deslizamentos de terra, especialmente nas áreas já afetadas pelas tempestades da semana passada.
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“Considera-se alta a probabilidade de ocorrência de movimentos de massa nas mesorregiões centro-oriental e ocidental rio-grandense”, aponta o texto dos institutos. “Além da Região Metropolitana de Porto Alegre e nordeste rio-grandense, onde se encontra a serra gaúcha.”
Esperam-se novos deslizamentos de terra em áreas urbanas. Assim como quedas de barreiras às margens de estradas e rodovias no sábado 11 e no domingo 12. Isso inclui a possibilidade de deslizamentos em encostas naturais e a reativação de deslizamentos recentes. As demais regiões do Estado apresentam menor risco, proporcional ao menor volume de chuva esperado.
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