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Área inundada em Porto Alegre (6/5/2024) | Foto: Copernicus Sentinel-2/Folheto via Reuters
Edição 216

Estado fracassado

A tragédia no Rio Grande do Sul prova que o Brasil está em mãos erradas e que, no fim das contas, o socorro partiu da ação voluntária dos pagadores de impostos e da iniciativa privada

Silvio Navarro
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Desde o último domingo, 5, quando o drama causado pelas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul adquiriu contornos de tragédia nacional, uma cena não parou de rodar pelo país. Aparecem sentados numa mesa de crise o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ao fundo, o telão estampa: “Plano Marshall” — uma alusão ao projeto de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Nas duas pontas da tela, Pacheco e Lira parecem estar com a cabeça nos problemas de Brasília. Inesperadamente, Lula ri, talvez de uma piada. É o retrato do fracasso do Estado brasileiro.

O desastre ainda não dimensionado no Sul é daqueles capazes de abalar um país inteiro. No total, 107 pessoas morreram, 134 seguem desaparecidas, e estima-se que mais de 327 mil estejam desalojadas. Muitos dos que foram resgatados a tempo deixaram tudo para trás — da geladeira aos objetos pessoais, valiosos ou não, tudo aquilo que não coube ou não deu tempo de colocar numa mochila. A temporada de chuvas ainda não terminou — a previsão é de tempestades nos próximos dias. O prejuízo econômico tampouco pode ser estimado (leia o box no final da matéria) — mas sabe-se que é o maior da história do Estado, com 85% das cidades atingidas e mais de 1,74 milhão de pessoas afetadas.

Tanto Lula quanto Lira e Pacheco desembarcaram no domingo, 5, numa caravana que levou 13 ministros, além do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o chefe do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que é gaúcho. A expedição voltou rapidamente a Brasília depois de uma entrevista coletiva e um sobrevoo de Lula nas áreas inundadas pela cheia sem precedentes do Rio Guaíba. Não há notícias de que algum deles possa ter uma única ideia para ajudar a conter a crise, com exceção das burocracias que precisam do aval dos plenários do Congresso. Lula destravou R$ 1,3 bilhão em recursos da União, cujos repasses serão fracionados.

Em Brasília, o que se viu ao longo da semana foi igual ou pior: um festival de incompetência, oportunismo e autoritarismo, nessa ordem. Eis os exemplos: a responsável pela pasta do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o dinheiro emergencial para o Estado será liberado “quando a água baixar”. Além da barbeiragem óbvia num momento de desespero, sobre Tebet paira outro componente grave: embora a placa na fachada do prédio indique o nome de “Ministério do Planejamento e Orçamento”, ela não tem nenhuma ideia do que está fazendo no governo.

Enchente em Porto Alegre (5/5/2024) | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Anielle Franco, da Igualdade Racial, conseguiu pedir votos numa postagem relacionada à calamidade. “Diante da tragédia no Rio Grande do Sul, nosso governo investiu mais de R$ 1,5 bilhão para saúde, adiantamento de benefícios sociais, auxílio aos desabrigados, garantia de alimentos e energia”, escreveu na rede X (ex-Twitter). “Amanhã é o último dia para regularizar ou tirar o título de eleitor para votar nestas eleições”, completou. A repercussão negativa foi enorme — inclusive por campanha antecipada relacionada a abuso de poder econômico. Ela apagou a publicação.

Anielle é irmã da vereadora Marielle Franco, que se tornou um símbolo da esquerda no país, assassinada em 2018. A pasta só frequentou o noticiário até agora porque ela e suas assessoras, todas torcedoras do Flamengo, usaram um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para assistir à final da Copa do Brasil no ano passado contra o São Paulo.

Marielle, aliás, foi lembrada no fim de semana: nada relacionado ao drama no Sul, mas num telão ao lado de Che Guevara e Marina Silva durante o megashow da cantora Madonna em Copacabana, cujo público era majoritariamente formado por simpatizantes da esquerda e que teve parte dos custos bancados pela prefeitura e pelo governo do Rio de Janeiro — ou seja, pelo pagador de impostos.

Anielle Franco citou ações do presidente Lula no Estado | Foto: Luna Costa/Flickr MIR
Anielle Franco citou ações do presidente Lula no Estado | Foto: Luna Costa/Flickr MIR
Notícia publicada no Poder360 (7/5/2024) | Foto: Reprodução/Poder360

Paulo Pimenta, chefe da Secretaria de Comunicação, pediu que a Polícia Federal atue contra críticos do governo Lula durante a crise no Sul. Gaúcho de Santa Maria, ele mandou um ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, relatando a disseminação de fake news contra “a credibilidade do Estado no atendimento às crises”. Trata-se de um dossiê com publicações feitas por políticos, jornalistas e influenciadores “de direita” criticando a inoperância visível e o despreparo do governo federal e das Forças Armadas na gestão da crise.

“Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, Força Aérea Brasileira, Polícia Rodoviária Federal e ministérios, que são cruciais na resposta a emergências”, diz o ofício. “A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos.”

Na prática, o petista queria ir mais longe. Quem descobriu isso foi o jornal Folha de S.Paulo. Num áudio vazado durante uma reunião de ministros, Pimenta diz a um interlocutor desconhecido que é preciso “botar para f. com os caras” e “mandar prender”. Segundo o jornal, é possível identificar o termo “bolsonaristas”. Mais tarde, em nota, Pimenta falou em uma “indústria de fake news“, que é “alimentada de forma organizada por influenciadores da extrema direita e parlamentares”.

Restava, contudo, uma pergunta: quais notícias falsas indicadas no dossiê de Pimenta foram comprovadas? Uma delas seria a de que caminhões com suprimentos enviados às pressas ao Rio Grande do Sul haviam sido barrados para fiscalização. Pimenta disse que era uma mentira plantada por perfis “de direita” nas redes sociais. O tema ganhou força porque a GloboNews encampou a notícia ao vivo e com pompa de ação orquestrada por opositores do governo — ou “bolsonaristas”, extrema direita etc.

Mas o alarme de Pimenta não durou nem um dia. Uma reportagem do SBT exibiu cenas que mostram, de fato, bloqueios nas estradas que dão acesso ao Rio Grande do Sul. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), também veio a público desmentir — não a realização das blitze de fiscalização, mas a fala falsa do ministro petista. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estava aplicando multas em caminhões por excesso de carga.

No dia seguinte, quarta-feira, 8, dirigentes da ANTT admitiram que houve aplicação de multas por excesso de peso nos caminhões. A agência decidiu publicar uma portaria para “flexibilizar” o transporte de donativos e facilitar o fluxo de veículos de transporte rodoviário de carga. Quem distorceu os fatos foi Paulo Pimenta — ou ele estava só interessado em “mandar prender bolsonaristas”.

Notícia publicada na Folha de S.Paulo (7/5/2024) | Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo
Notícia publicada no site Em Off (8/5/2024) | Foto: Reprodução/Em Off

Outro episódio colocou a Folha de S.Paulo em choque com Paulo Pimenta. O jornal informou que o governo recusou a ajuda do Uruguai no resgate das vítimas — os vizinhos queriam enviar barcos tripulados e drones.

A Secom chegou a divulgar duas notas numa batalha para atacar o jornal. Na primeira, disse que um helicóptero uruguaio já atuava na operação — o que é verdade —, mas não mencionou outros equipamentos. Como o jornal manteve a informação e ainda disse que a mentira estava no gabinete do ministro, a segunda nota oficial foi puro malabarismo retórico: “Há uma distância não desprezível entre a reestruturação da oferta às necessidades específicas da operação e a afirmação, falsa, de que o Brasil recusa ajuda do Uruguai”.

Notícia publicada na Folha de S.Paulo (7/5/2024) | Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo
Notícia publicada na Folha de S.Paulo (8/5/2024) | Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo
Resgate

A catástrofe gaúcha, infelizmente, é mais um capítulo da falência do Estado brasileiro, que não começou ontem. Não havia — nem nunca houve — plano de contingência para chuvas nos municípios do país. Anualmente, há crescimento de construções irregulares em encostas de morros, por exemplo, o que amplia o risco de mortes com deslizamentos de terras.

Outro ponto é a emergência, o resgate que não pode esperar. Parte da carga interceptada nas estradas com destino ao Sul foi enviada por empresários e entidades numa rede de solidariedade que se espalhou pelo país. Ao contrário da politização escancarada de Lula e dos seus caçadores de fake news, o brasileiro se mexeu porque não havia tempo para esperar. É impossível não se comover com as imagens de pessoas que não têm para onde seguir — algumas, ainda à espera de familiares e amigos desaparecidos. As listas com nomes de crianças perdidas deixou um nó na garganta.

Há uma profusão de vídeos de botes e embarcações pesqueiras retornando com dezenas de pessoas e animais resgatados. Nessa hora, como em qualquer tragédia, surgem heróis anônimos, como aconteceu no incêndio da boate Kiss, que deixou 242 mortos em 2013, no mesmo Rio Grande do Sul. À época, muitos dos 636 sobreviventes deveram a vida ao voluntarismo de civis que arrebentaram paredes a marretadas pelo lado externo e enfrentaram as chamas em busca de alguém — qualquer alguém.

No mesmo evento em que Lula riu, sabe-se lá de qual piada que ele mesmo fez, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi taxativo: “Estão faltando barcos, botes e coletes na cidade. Isso não pode esperar dois dias. Tem que ser hoje, tem que ser agora. Não adianta dizer que tem dinheiro se o dinheiro não chega”.

Centenas de empresários ofereceram donativos, emprestaram helicópteros e embarcações. Na rede X, por exemplo, pilotos de helicópteros se ofereceram para ajudar. Houve campanhas de arrecadação de recursos em todas as partes. Oeste já arrecadou mais de R$ 4 milhões ao longo da semana, que estão sendo distribuídos mediante comprovantes de transferências para dezenas de entidades e organizações.

Não se sabe quanto nem quando os recursos do governo Lula vão chegar às mãos de quem mais precisa deles no Sul. Talvez, quando a água baixar, segundo a ministra Simone Tebet. Mas o povo brasileiro fará chegar o que conseguiu por conta própria.

Enchente em Porto Alegre (5/5/2024) | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Leia também “Governo à deriva”

45 comentários
  1. Adailton Ribeiro de Oliveira
    Adailton Ribeiro de Oliveira

    Que Deus abençoe o RS, que Deus abençoe o nosso Brasil, pois só Deus para nos livrar do mal que o atual governo federal está causando. Precisamos orar pelo Brasil, mas não só isso, precisamos trabalhar para deixar claro que o país foi devolvido aos ratos.

  2. Humberto Arantes de Carvalho
    Humberto Arantes de Carvalho

    Parabéns Silvio Navarro pelo excelente artigo

  3. Júlio César Dinelli Magnani
    Júlio César Dinelli Magnani

    O que se pode esperar de um ex presidiário é seua quadrilha?

  4. Francisco Araújo Jr
    Francisco Araújo Jr

    O de estão: o batalhão de selva, fuzileiros navais com seus anfíbios, batalhão de engenharia, que constrói ponte em horas, tropa paraquedista que descem em qualquer lugar, helicóptero s do exército, marinha e aeronáutica. E uma situação de guerra…..

  5. Darwin Cristino
    Darwin Cristino

    Imagino como seriam divulgadas as noticias do RS se nao tivessem as redes sociais e só a Globolixo estivesse la, por isso querem tanto bloquear tudo e deixar a TV estatal = Globo divulgar tudo

  6. suvacodecobra10
    suvacodecobra10

    Estamos num bote à deriva

  7. JOSE PESSOA MARTINZ
    JOSE PESSOA MARTINZ

    Passa da hora de se discutir a função, o tamanho e o poder do Estado. Pena que não temos um Congresso Nacional com essa capacidade, muito menos com um compromisso dessa monta.

  8. jorge alves
    jorge alves

    ESSE DESGOVERNO LULA III está jogando a última pá de cal na SEPULTURA do BRASIL FAZUELI ….. INOPERANTE COBRANDO IMPOSTO DE DOAÇÕES,( onde já se viu cobrar imposto de doações) BARROU A CHEGADA de DEZENAS de MOTOS AQUATÍCAS ( saiu na mídia ) NÃO QUIZ AJUDA DO URUGUAI por sinal ajuda bastante significativa tudo isso agente ver no NOTICIÁRIO TODO DIA TODA HORA FAZUELI novamente rsss NÃO E FAKE NEWS viu é verdade cristalina FAZUELI novamente LULA chega no RG do SUL sorrindo dizendo que torce para o GREMIO e INTERNACIONAL isto é uma vergonha para o BRASIL no mundo inteiro fazueli novamente..

  9. Marco Aurélio Oliveira De Farias
    Marco Aurélio Oliveira De Farias

    Tem uma frase que diz: “É na tempestade, que reconhecemos os grandes navegadores”
    Nesta triste situação que passa o Rio Grande do Sul, demonstrou que não temos verdadeiros líderes, apenas pessoas que se utilizam da política, para terem poder e dinheiro.
    Muito triste.

  10. RUBI GERMANO RODRIGUES
    RUBI GERMANO RODRIGUES

    A fixação de Lula
    A fixação de Lula por Bolsonaro não deve ser motivo de chacota, é, ao contrário, sintoma de uma doença grave que afeta toda a política brasileira. O presidente Lula é o exemplo mais bem acabado da perspectiva medieval que ainda predomina na cabeça de boa parte dos políticos brasileiros. Uma perspectiva que entende que a divisão do poder do Estado em três poderes complementares é suficiente para resolver o problema de risco de concentração de poder em um monarca absolutista, que aproveita, sem constrangimentos, o fato de a solução medieval de Montesquieu ter deixado intactos tanto o caráter monárquico do Estado como a condição de vassalagem da população. Nessa perspectiva, a população é tida como manada de ignorantes que precisa ser tangida para que não se matem, e que, por realizarem tal tarefa, eles merecem todas as regalias e privilégios de uma corte medieval. Consideram-se benfeitores da população, a qual, sem eles, sucumbiria na barbárie.
    O ataque sistemático à pessoa de Bolsonaro, à sua família e às pessoas que pensam de modo divergente denuncia a estagnação dessas mentes nessa perspectiva medieval. A mesma coisa revela certas atitudes amparadas meramente em narrativas sistematicamente reiteradas, na esperança de que o divórcio das teses para com a realidade possa ser superado pela insistente repetição delas em influentes meios de comunicação.
    Lula entende que o seu inimigo é Bolsonaro, uma vez que onde ele aparece aglomeram-se multidões para recepcioná-lo e ovacioná-lo como mito. Deve achar que as pessoas aparecem pois estão sendo ludibriadas por um político esperto – tanto quanto ele –, o que representa uma ameaça ao seu exercício do poder. Enquanto isso, quando ele sai na rua, não aparece ninguém ou apenas aparecem os companheiros discriminadamente beneficiados pelo seu governo. Não, Lula, o seu problema não é o Bolsonaro, nem as pessoas ovacionam o ex-presidente por ele ser bonito, bonzinho, perfeito ou carismático. A multidão liga-se nele porque pensa tal como ele e percebe a realidade tal como ele a percebe. As pessoas vão até ele porque comungam da mesma visão de mundo que ele tem, que já não é mais aquela da era medieval. Ele lidera, não pelos seus belos olhos, mas porque verbaliza e faz o que todo mundo tem vontade de dizer e fazer. E você, Lula, não tem seguidores – que não sejam interesseiros –, porque ninguém mais pensa tal como você. O seu problema verdadeiro não é nem mesmo a população que evoluiu em discernimento e em capacidade de pensar e de interpretar, o seu problema é pessoal e exclusivamente seu, ao pensar que ainda está diante de uma população ingênua e dócil passível de ser enrolada.
    As redes sociais mudaram tudo, e Lula não está só nessa defasagem, restando saber se quem se encontra em tal situação será capaz de superá-la. Hoje, por exemplo, o governo tenta justificar o aumento da dívida pública, comparando o percentual de endividamento do país com o de outros países. Entretanto, de onde o governo retira autorização para gastar mais do que seus recursos permitem e transferir o ônus desse gasto superlativo para futuras gerações? Do mesmo modo, como se justifica onerar a atual geração por desmandos inconsequentes cometidos por gerações passadas? É justo e honesto que cada geração usufrua de bem-estar na medida de suas posses, e configura-se desonesto gastar mais e deixar a dívida para que futuras gerações paguem-na. Com isso, desequilíbrio fiscal não é apenas questão contábil, mas descaso do governante para com as gerações futuras. Um descaso que nenhum pai tem para com os filhos dele. Como é que se deve avaliar um governante que pensa e se comporta assim?
    O Tribunal Superior Eleitoral sabe que existem mesários pianistas que estendem o expediente eleitoral da 17h às 23h59, votando por aqueles que deixaram de comparecer, deixam essa possibilidade aberta no sistema e posam de paladinos da democracia, imaginando que a população não se dá conta da malandragem. O mesmo tribunal, responsável pela condução da eleição, recebe denúncias contra ele, descarta-as e imagina que, com isso, está tudo resolvido. O eleitor elege apenas vinte por cento dos parlamentares, sendo o resto negociado com os donos dos partidos e legitimados pelos votos de legenda. Depois, todos intitulam-se representantes do povo, e esse modelo é alardado como sendo democrático. A Justiça Eleitoral libera todos os partidos de terem de assumir compromissos para com a população, ao angariar fundos, pois admite o financiamento público das eleições e, depois, posa de paladina da democracia, imaginando que a massa ignara não entende o que está realmente acontecendo. No Senado Federal, dos últimos vinte presidentes, dezenove nasceram nas regiões Nordeste e Norte, um, na Centro-Oeste, e nenhum, no Sudeste ou no Sul, embora as três últimas sejam as regiões superavitárias produtoras da riqueza nacional. Trata-se de um modelo federativo saudável ou uma forma de preservar a citada concepção política medieval?
    Enfim, poderíamos passar o dia desenrolando esse novelo e não terminaríamos. As multidões que se reuniram em Brasília, em 2022, e em São Paulo e no Rio, em 2024, para citar apenas as mais emblemáticas, postaram recado bastante claro ao deixarem os recintos e as praças ocupadas impecavelmente limpos no final do dia: somos um povo ordeiro e consciente e doravante apenas vamos aceitar governo que conduza o país para o rumo que nós achamos ser conveniente e não para aventuras irracionais de mentes ideologizadas. Queremos trabalhar e queremos governo que não atrapalhe. Não queremos imitar ninguém. Queremos traçar destino próprio, e quem não estiver de acordo, que saia do leme.
    Rubi Rodrigues
    Brasília, maio/2024.

  11. Nelson Romanini Filho
    Nelson Romanini Filho

    Tem uma frase, que na verdade é título de um livro, que reflete bem o momento perante o desepero com essa tragédia vivida pelos gauchos e compartilhada salidariamente pelos brasileiros de bem, “Se não for agora, quando?”. Até quando o povo vai acreditar que governos de esquerda promovem o bem estar e o crescimento de uma nação. São abutres da pior espécie, só pensam em manipular, mentir e tirar proveito de tudo que puderem. Não tem projeto de nação, não tem visão de futuro e muito menos competência para coisa alguma. Dá nojo saber que o Brasil, tão rico, esteja em mãos tão erradas.

  12. Joaquim Días do Nascimento Júnior
    Joaquim Días do Nascimento Júnior

    Este é o GOVERNO DO AMOR e pelo visto está espalhado pela FEDERAÇÃO: UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS NÃO ESTÃO PREPARADOS nem PREVENTIVA nem REPRESSIVAMENTE contra CALAMIDADES. É um CONCURSO DE INCOMPETÊNCIAS. O PREFEITO, o GOVERNADOR ou o PRESIDENTE não sabem o que fazer para PREVENIR e muito menos para SOLUCIONAR a questão. O RIO GRANDE DO SUL é apenas uma AMOSTRA de como PAGAMOS TRIBUTOS PARA NADA, ou melhor PARA PAGAR VIAGENS, LUXOS E GASTANÇA INCONSEQUENTE, além da famosa e antiga CORRUPÇÃO, não por nada OPERAÇÃO LAVA JATO demonstrou com RIQUEZA DE DETALHES como o que importa é QUANTO SE ROUBA do brasileiro, NÃO o que se FAZ em benefício dele.

  13. Francisco de Assis
    Francisco de Assis

    O governo esta ilhado assim como estão ilhados diversos municípios gaúchos. Mas há um diferença aí, o que torna o governo ilhado tem sido a sua falta de programa nacional, admitido por lula ainda na campanha presidencial onde ele não foi sinceto ao ser perguntado qual programa o partido do candidato tinha para o país, “não tenho programa”. Essa resposta aquela altura já mostrava para a sociedade, que lula é seu partido não vieram para governar, mas para perseguir e “foder” adversários políticos em sua ânsia de vingança como ele mesmo deixou claro numa entrevista ao blog 247. Essa sua falta de compromisso (do governante), tem feito essa tragédia que vem ocorrendo no RS não ser ainda maior, porque os cidadãos comuns, não tão comuns assim, têm se lançado como pode para socorrer as vítimas e amenizarem seus sofrimentos.
    Fica aqui minha solidariedade ao povo GAÚCHO e minha repulsa a esse governo nefasto.

  14. Perez Mangueira
    Perez Mangueira

    O apagão do governo que já era desastre total.

  15. Zulene Reis
    Zulene Reis

    Corrigindo: e por toda a equipe…

  16. Zulene Reis
    Zulene Reis

    Obrigada pelo brilhante resumo: por você e por toda a equador Oeste assinei a Revista e já recebi meu livro.

  17. André Luiz De Queiroz Sales
    André Luiz De Queiroz Sales

    Nesse momento de tanta dor, penso , onde foi que erramos ? Não há resposta , isso vem de um longo caminho de doutrinação onde o povo aprendeu a viver com o pires na mão pedindo esmola , mas são com tragédias como está que agora se passa no RS que nos desperta o real significado de resiliência , solidariedade, fraternidade, hombridade, respeito e amor ao próximo . Somos induzidos a olhar pra dentro e arrancar qualquer força que ainda reste para continuar a lutar pelos maus que hoje estão em posição de roubar a todos nós, tirando nossa liberdade de buscar a felicidade, a livre expressão e o direito a uma vida digna. Temos que continuar a despertar nossos irmãos . Parabéns a revista Peste por fazer parte desse trabalho.

  18. CELSO JÂNIO MOSKORZ
    CELSO JÂNIO MOSKORZ

    L*l* riu porque deve ter entendido “plano macho”.

    1. Ivonete de Souza Rabello
      Ivonete de Souza Rabello

      Foi o mesmo que eu pensei!

  19. Leonardo Abreu
    Leonardo Abreu

    O estado brasileiro precisa diminuir. Há muito parasitismo e incompetência.

  20. Jorge M. Shinoda
    Jorge M. Shinoda

    A Revista Oeste, poderia colocar neste momento de desastre da enchente no Rio Grande do Sul, a conta de doação que foi criada. Assim, podemos ajudar um pouco mais para os Gauchos sofridos. Obrigado. Jorge M. Shinoda

  21. Alex Rodrigues dos Santos
    Alex Rodrigues dos Santos

    Silvio Navarro é um grande jornalista e comentarista, sempre indo no cerne da questão, fazendo a critica certa e endereçado a quem merece receber a crítica.

  22. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Tchê… acho que 0 pessoal não teve tempo de interpretar as risadinhas do Lula. Você sabe que tem gente especializada em traduzir as palavras ditas por pessoas nos estádios de futebol. A tradução a partir de gestos, feições e expressões labiais já é comprovada. Pois também tem gente que interpreta olhares e risadinhas irônicas ou tresloucadas, fora da casinha. Lula riu porque não sabe o que foi o Plano Marschal. Ele achou graça do nome pensando que seria uma tipo de sorvete ou puxação de saco para alguém norte-americano, capitalista… Você deveria revelar algumas coisas que os leitores da revista escrevem por aqui. Claro, sem identificação, a não ser com autorização. Mas por aqui miuta coisa é revelada.

  23. Joel Luiz Oliveira Rios
    Joel Luiz Oliveira Rios

    Treis fatores de suma importância para uma sociedade minimamente organizada não podem faltar e constitucionalmente compete ao Estado Brasileiro nos suprir pois, para tanto pagamos mais de 50% do que ganhamos para este mesmo estado para não termos que preste nem uma coisa nem as outras. Conclímos que o Estado Brasileiro hoje é um INÚTIL, só serve para pagar altíssimos salários e benesses à casta dos POLÍTICOS, do JUDICIÁRIO e seus mamadores, na grande maioria CORRÚPTOS e LESA PÁTRIA.

  24. nelson jorge leite
    nelson jorge leite

    Excelente !! grato .

  25. Marcos Japiassu
    Marcos Japiassu

    Governo corrupto, inepto e autoritário. Tirem a esquerda do poder antes que não tenhamos mais um país.

  26. Amilcar C Azevedo
    Amilcar C Azevedo

    Por compromisso com a transparência com quem se envolveu com as doações, eu mesmo um deles, vocês deveriam mostrar o saldo e as entradas de dinheiro na conta da Sequoia e exigir de cada entidade recebedora uma prestação de contas de cada centavo recebido. Ou estou errado?

  27. Vanessa Días da Silva
    Vanessa Días da Silva

    Essa tragédia mostrou para aqueles que ainda acham que o Estado é provedor, guardião e benevolente que ele é obeso, inútil, ausente e também perverso, pois não permite nem que as pessoaa se ajudem.

  28. MTM
    MTM

    Sem a menor sombra de dúvida, este atual governo do ladrão e seus incompetentes e medíocres ministros, são a PIOR desgraça na História política e econômica do Brasil.

    1. NELSON GOUVEIA
      NELSON GOUVEIA

      Vc está sendo muito modesto nos adjetivos!

  29. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Impossível nosso país evoluir enquanto esta quadrilha estiver no poder no oásis de Brasília. Cidade esta com o m2 mais caro, custo de vida mais caro, e todas as benesses oriundas do dinheiro público.
    Inundações e outros problemas do cotidiano ocorrem a margem destas figuras ”poderosas”.

  30. Wall-E
    Wall-E

    Reportagem correta estabelecendo a verdade que tanto o desgoverno teima em esconder, seja omitindo ou atrasando ações emergenciais seja instalando um gabinete de crise das fakes News desviando o foco do resgate, auxilio e reconstrução…
    Esse desgoverno é a maior calamidade que se tem notícia na história do país. As forças armadas pagam o preço pela perfídia em prender quem estava no acampamento em 09/01/23. E não adianta se vitimizarem por comentários jocosos. Não há e nunca houve ação concreta para uma catástrofe como essa. Planejamento, recursos financeiros e humanos são uma miragem na seara politica.

  31. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Um governo terrorista dispensa comentários

  32. jorge alves
    jorge alves

    ANIELLE FRANCO oportunuista e lacradora como pode falar em eleição numa situação dessa natureza excretavel SR. LILINHA pega o dinheiro da gastança um ano e meio de gastança manda pro RIO GRANDE DO SUL acho que dava prá dar uma forcinha aos GAUCHOS seu MIZERAVÉl

  33. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    O governo do estado brasileiro, nunca existiu depois que Lula foi reconduzido ao poder,não existe plano econômico, social,saúde, educação que levem em conta os mais de duzentos milhões de habitantes desse país. Só vemos até agora,aumento de impostos,inflação, incompetência geral de 38 ministérios .Gastos exorbitantes indo para lugar nenhum, chegamos ao fundo do poço. A tragédia do Rio Grande do Sul é uma das inúmeras incompetências públicas de como administrar uma crise sem precedentes. Quem está de fato trabalhando para salvar vidas e prestar socorro a mais de dois milhões de gaúchos é a iniciativa privada e ponto final. Um governo que sequer foi capaz de trazer solidariedade para milhares de pessoas que perderam absolutamente tudo.

  34. José Rubens Medeiros
    José Rubens Medeiros

    Perfeita, Silvio Navarro, sua análise jornalística, crítica e lúcida dos fatos, em razão das quais espero firmemente que você não venha a sofrer perseguições pela “gestapo” de plantão. Já enfastiado até mesmo de OUVIR FALAR a respeito dessa gente que se apossou da República Federativa do Brasil, continuo me perguntando de que maneira, mergulhados em sua perversidade, insensibilidade e absoluto descompromisso, conseguem cotidianamente viver, dormir, acordar, se esbaldar com o dinheiro público, fazer piadinhas, emitir sorrisinhos ridículos e sarcásticos, aplaudir uma antiga conhecida idosa a quem chamam de cantora e que atende pelo nome de “Madonna” cujo show (assim chamado) consistiu em “invocar” práticas sexuais de todas as estirpes em direção a tudo o que, com duas pernas, se movia no tal palco. Como cidadão e cristão, penso firmemente que a malignidade e a inutilidade dos políticos brasileiros hão de trazer-lhes consequências severas. As pessoas de bem deste país (e não são poucas) não podem continuar sendo reféns e torturadas por esse inadjetivável aglomerado de condutas e omissões.

  35. Cícero Paiva
    Cícero Paiva

    Não há mais o que comentar. Não aguentamos mais. Não posso conviver com a pecha de ‘mané’ dita por um sujeito que não elegi e que faz parte desta ditadura que dada vez mais me oprime. A cada dia tudo piora. Ontem mesmo trabalhamos na enchente em Porto Alegre, ela é verdadeira e expôs ainda mais a absoluta inutilidade do poder público. Já fui oficial do exército, fiz juramento da minha vida, ainda tenha a espada, símbolo do oficialato, hoje me envergonho profundamente do tempo em que estive lá; é ridículo ver particulares ajudando militares que não sabem o que fazer. Resta, por ora, me consolar com Hölderlin: “Perto está, e difícil de prender o Deus, mas onde há perigo, cresce também o que salva”.

  36. Galeno José de Moraes
    Galeno José de Moraes

    Já disse e repito: a quadrilha petralha desgovernante tá esperando as águas baixarem para que seja criado o “enchentão”: obras super/hiper faturadas. Eu trabalhei na construção civil e conheço esses expediente$ mal cheirosos. Parabéns pelo artigo patriota SILVIO NAVARRO.

  37. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    O desgoverno é a melhor definição de incompetência.

  38. Jair João Andrighetti
    Jair João Andrighetti

    Quem sabe desse desastre horroroso, surja um novo Brasil, um Brasil mais justo, menos corrupto, encampado pelo povo para o bem do povo. Todos estão vendo que o estado é um encosto na vida do cidadão brasileiro, é um encosto que suga o dinheiro, as riquezas e a capacidade desse povo. O custo do estado é absurdo, nenhum país descente tem um estado tão caro, ineficiente e incompetente, quanto o Brasil!
    Estamos vendo que o povo tem capacidade de gerir suas crises, de ser solidário e a um custo imensamente menor. Nosso judiciário é deboche, frente ao que ganha um trabalhador que trabalha de segunda a sexta ou mais.

  39. Edson Pichelli
    Edson Pichelli

    Lula GENOCIDA? Ou só o Bolsonaro, hein Carmen Lúcia?

    1. MNJM
      MNJM

      Parabéns Sílvio excelente texto, pena que a grande maioria não tenha acesso.
      Governo formado por gente desqualificada.

  40. RAIMUNDO ITAMAR LIMA GADELHA
    RAIMUNDO ITAMAR LIMA GADELHA

    Os brasileiros decentes precisam se unir para não perder o Brasil para os corruptos incompetentes!!!

  41. Paola Lima
    Paola Lima

    Deixa esse editorial aberto para leitores ao assinantes. Ele é necessário.

  42. Leonardo Miguel Resende Fonseca
    Leonardo Miguel Resende Fonseca

    RS um divisor no tempo. Devemos tomar como lição a catástrofe do RS. Precisamos ver que não precisamos de governos centralizadores e arrecadadores. A resposta imediata veio foi do povo, (voluntários e doações). O desgoverno não tomou medida eficaz (verbas) nenhuma. É só impostos.

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Carta ao Leitor — Edição 216
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