Trazer à vida grandes personagens históricos, como o imperador brasileiro D. Pedro I ou até mesmo Antônio de Pádua, conhecido como o santo “casamenteiro”, é o trabalho de Cícero Moraes, designer brasileiro de 39 anos, que utiliza computação gráfica 3-D para reconstruir a face de importantes figuras do passado.
O desejo de aprofundar o conhecimento sobre reconstituição facial surgiu depois de um assalto que quase o colocou de frente com a morte. Em 2011, Moraes, na época com 28 anos, foi rendido por uma dupla armada. Ao tentar reagir, acabou tendo a costela quebrada e recebeu um tiro de raspão na cabeça. Traumatizado, ele decidiu mergulhar sozinho nos estudos para superar a dor.
Passados 11 anos da agressão, o brasileiro, que nasceu em Chapecó (SC) mas que vive hoje em Sinop (MT), tornou-se uma referência mundial em computação gráfica 3-D.
Seus trabalhos foram traduzidos para centenas de idiomas e acumularam mais de 20 prêmios e títulos honoríficos nacionais e internacionais por sua contribuição à ciência. Dentre as conquistas, Moraes recebeu da Faculdade Tecnológica de Limoeiro do Norte e da Fundação Cariri o título honorífico de doutor honoris causa, o mais importante concedido por uma universidade.
Além disso, Cícero Moraes obteve o reconhecimento do Guinness World Records 2022 por ter sido o primeiro a projetar em 3-D um casco de uma fêmea de jabuti que sofreu queimadura e ficou sem a proteção após um incêndio, em 2015. A invenção de Cícero foi a primeira prótese no mundo desenvolvida com impressora 3-D exclusivamente para esse animal.
Entre uma polêmica e outra sobre o resultado da face de algumas personalidades, como a de Jesus de Nazaré, retratado pelo designer como um homem negro, de cabelos curtos e pretos, Cícero Moraes conversou com Oeste para explicar os detalhes e os desafios da profissão, além de comentar sobre a situação do Brasil no mercado de reconstrução facial forense.
1 — Qual a importância da reconstrução facial para os estudos de História?
A reconstrução facial forense é uma técnica de reconhecimento a partir de um rosto aproximado, tendo como base um crânio. Esse não é um trabalho de hoje. Na realidade, o ofício teve sua origem no fim do século 19, com o trabalho do anatomista suíço Wilhelm His, e teve grande desenvolvimento entre as décadas de 1940 e 1970, com as técnicas russa, norte-americana e inglesa. A abordagem foi significativamente utilizada pela polícia para a reconstrução da face de vítimas de crime, mas a popularidade da prática se deve, principalmente, por trazer à vida grandes personagens históricos. Sempre gostei de desenhar, de modelar em 3-D, de história e de pesquisa. A reconstrução forense também é importantíssima, porque ela me permitiu trabalhar na área da saúde e conhecer um novo mundo, o do planejamento cirúrgico facial, área especializada em confeccionar e projetar próteses humanas para cirurgia maxilar, rinoplastia e ortodontia. Essa é a área à qual me dedico atualmente e que me ajuda na conquista do pão de cada dia.
2 — Quais são as maiores dificuldades e o que mais o agrada no trabalho?
As maiores dificuldades estão atreladas à aquisição dos crânios e à aprovação das faces, posto que reconstruo majoritariamente crânios históricos. Quando trabalhamos em equipe, a última palavra é do grupo, e sempre há algo para alterar, até que se chegue à versão final. As maiores alegrias estão relacionadas ao conhecimento adquirido em cada projeto e à oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo, já que o intercâmbio técnico e cultural é grande. Além disso, cada trabalho meu foi importante em um determinado período da minha vida. Aquele que mais me marcou foi a reconstrução de Santo Antônio. Outra coisa que me marcou foi ver as pessoas utilizando o meu programa de reconstrução, que é gratuito e de código aberto [qualquer pessoa pode baixar e utilizar o código] para Windows, Mac e Linux, utilizado principalmente por médicos e cirurgiões. Imagina a responsabilidade de utilizar uma tecnologia para fazer um planejamento cirúrgico? Fiquei feliz, porque foi aprendendo a utilizar essa tecnologia que superei o trauma que tive depois do assalto.
3 — Em 2018, o senhor modelou uma face que seria mais compatível com o “verdadeiro” Jesus de Nazaré, que teve ampla repercussão nacional. Na época, muitas pessoas criticaram o trabalho, em virtude da aparência do profeta. Como o senhor reagiu a essa polêmica?
O que aconteceu foi muito simples: aquilo não era uma reconstrução exata de Jesus Cristo. O que eu fiz foi simplesmente reunir vários registros de pessoas da região em que ele viveu, além de uma série de imagens e dados onde se passaram os episódios do Novo Testamento. Esse trabalho foi uma parceria com o repórter da rede inglesa BBC Edison Veiga, que estava escrevendo uma reportagem sobre Jesus. As pessoas têm uma ideia de Jesus europeizada, com aquele aspecto de pele clara e olhos claros. Jesus é um conceito. É difícil conseguir localizá-lo historicamente. Nesse caso, não fiquei incomodado com os ataques que recebi. Era divertido acompanhar o que as pessoas falavam, porque isso se tornou um debate. Geralmente eu sou contratado por museus, principalmente os europeus, para fazer reconstruções. Eles mandam um crânio puro, ou seja, sem informações sobre a figura histórica daquela estrutura. Basicamente, os historiadores me passam três informações: o sexo, a idade e a ancestralidade daquele crânio. Em seguida, faço a reconstrução sem nenhum viés. Somente depois que termino meu ofício é que eles me informam quem eu reconstruí. Em alguns casos, sei de quem se trata, mas quase todas as figuras históricas que eu trabalho não são fotografadas. A reconstrução do próprio Santo Antônio foi assim.
4 — E como o Brasil se destaca na área de modelagem 3-D?
O Brasil produz um material acadêmico muito bom sobre reconstrução facial forense, em revistas robustas, com alto fator de impacto. Essa excelência faz com que o país seja bem-visto internacionalmente, uma vez que contribuiu bastante com a área técnica. Eu mesmo tive a honra de publicar artigos científicos em parceria com o Laboratório de Antropologia e Odontologia Forense e a Seção de Perícias em Áudio e Imagens do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul.
5 — Qual conselho o senhor daria para os brasileiros que querem seguir nessa carreira?
Diria aos interessados que estudem bastante e que busquem parcerias para exercitar o que aprenderam. Hoje, o acesso a artigos e livros está muito mais fácil do que há uma década, quando comecei. Felizmente, temos bons materiais disponíveis em muitos idiomas, inclusive em português. Escrevi um livro gratuito abordando a técnica digital, sob o título Manual de Reconstrução Facial Forense 3D Digital, bem como artigos científicos e capítulos de livro sobre o tema.
Leia também: “Óvnis invadiram o Senado”, reportagem de Dagomir Marquezi publicada na edição 116 da Revista Oeste
A prótese para a tartaruga foi importante.Atenha-se a coisas que possam contribuir para melhorar a vida das pessoas e fique longe da lacração.
Ne sutor supra crepidam! “Não vá o sapateiro além da sandália”.
Boa, José Camargo! Assino embaixo.
Ele não é o primeiro que vem com lacração sobre a etnia, raça de Jesus Cristo, pois aparência está ligada, no caso, a fatores raciais. Tem algo parecido rodando na imprensa, desde os anos 1980, uma “gravura” de Cristo com aparência mais escura, onde “especialistas”, juram que aquela “gravura” é a REAL imagem de Jesus Cristo.
Repito o que escrevi ontem e está abaixo de um comentário de outro leitor daqui: Não é uma falsa composição “europeia” da aparência de Cristo, do tom de pele e cabelos claros. Isso está no Antigo Testamento, que foi extraído da Torah judaica, do Livro de Samuel, profeta, que coloquei no meu outro comentário aqui.
Lembrando que a Torah judaica, todos os livros, incluindo o Livro de Samuel, foi escrito muito antes de Jesus Cristo, logo, não se pode dizer que essa imagem narrada nas Sagradas Escrituras foi “racismo” ou algo parecido, pois os judeus não tinha contato com as tribos da África negra, logo, não tem pq. dizer que judeus não gostavam de negros. Nem os cristãos primitivos e os que vieram depois tinham algum tipo de preconceito racial. Portanto, a imagem que conhecemos de Cristo, é que o Santo Sudário comprova, não é “uma construção europeia” da figura do Salvador, mas sim, um retrato do que está no Antigo Testamento, que está incluso na Bíblia, junto com o Novo Testamento.
Como já escrevi ontem aqui, o tom da pele de Jesus Cristo, não é importante, e sim o Evangelho ( a Boa Nova ), que Ele nos trouxe, mas, deturpar o tom de pele clara de Jesus Cristo, para “agradar” o ego de muitos lacradores de plantão, que foram “educados” por Paulo Freire, não é permitido, porque distorce uma verdade, que até agora, é a única que temos, baseados, repito, no Livro de Samuel da Bíblia e no Santo Sudário, que como disse o outro leitor, já foi analisado pela NASA e comprovado como sendo a imagem de um homem que viveu na época de Cristo. Oras, como essa imagem é a do Santo Sudário, que cobriu Cristo no Sepulcro, só pode ser a imagem de Cristo, no lençol, pois o Sudário, é um tipo de lençol.
Cá entre nós: nenhum homem comum deixaria a sua imagem em um lençol, gravada.
Cicero de Morais, o objetivo desse artigo, deve continuar o seu trabalho, se pautando em ajudar pessoas, animais, etc., e não ficar dando voz, lacrando, a favor dos progressistas, que, quando não são ignorantes em termos de História, atuam de má fé.
Abs.
a Noruega, o país mais poluidor da bacia da Amazonia, declarou que só volta a contribuir com o Fundo da Amazonia se houver troca de governo. O governo da Noruega, que congelou seus repasses ao Fundo Amazônia por não concordar com as políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro (PSL), é o maior acionista da mineradora Hydro Alunorte, acusada de ter provocado um acidente ambiental com água contaminada na cidade de Barcarena (PA) no ano passado. A empresa norueguesa é ainda acionista majoritária de outra mineradora na região: a Albras….govenozinho noruegues corruPTo alinhado com a agenda progressista
Parabéns, Cícero! O desenvolvimento de técnicas para a produção de próteses é uma contribuição inestimável. E ainda distribui seus conhecimentos de forma ampla e gratuita, sem ‘doses em série’… Coisa de gente grande!
Não tinha nada melhor para por? Pura perda de tempo.
Colocar Dom Pedro I com traços mestiços como se ele fosse pardo, chega a ser insano. Basta ver fotos reais de Dom Pedro II tiradas por seu fotógrafo oficial, Marc Ferrez, e consta no acervo do Instituto Moreira Salles, sim, eles eram brancos… Jesus negro? Outra bobagem
Puxa, Cícero, que perda de tempo em relação a Jesus. Bastava dar uma olhadinha no santo Sudário, né?
Não há melhor aparência que o Santo Sudário, pois já é comprovadamemte ser verdadeiro pela ciencia. A Nasa já revelou a imagem gerada a partir dele. Ela é a mais real que podemos chegar na aparência de Jesus. O resto é especulação. Quem quiser ver essa imagem, ele está disponível nesse link: https://regnumchristi.com.br/wp-content/uploads/2018/02/santo_sudario-capa1.jpg
É isso aí…
Exato, Bruno!
O Santo Sudário mostra a aparência REAL de Cristo, ok, sra. jornalista? E não esse jovem, que, apesar de esforçado, erra e erra feio!
Está em Samuel, Antigo Testamento, que Davi, da Tribo de Judah, era ruivo, de admirável aparência e saudável. Cristo, o Salvador, está nas Escrituras, viria da Tribo de Judah, de onde era Davi, o filho querido de Deus, que o nomeou rei.
Maria, era da Tribo de Judah, José, pai adotivo de Jesus Cristo, tb. era da Tribo de Judah, logo, Cristo não poderia ter pele escura, cabelos e barba, como está na “criação” do ilustre pesquisador.
Veja: 1 Samuel 16
…11Então Samuel questionou a Jessé: “Estes são todos os filhos que tens?” Ao que Jessé respondeu: “Bem, ainda tenho o caçula, mas ele ficou cuidando das ovelhas.” Então Samuel prontamente ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, porque não nos sentaremos para comer enquanto ele não estiver presente!” 12Jessé mandou chamá-lo; era ruivo, de belos olhos, saudável e admirável aparência. E Yahweh afirmou: “Levanta-te e unge-o: é ele!”
Samuel apanhou o chifre que estava repleto do melhor azeite e ungi-o na presença dos seus irmãos, e, a partir daquele dia, o Espírito de Yahweh assenhorou-se de David, Davi. E Samuel retornou para Ramá.
Bíblia King James Atualizada.
Logo, Jesus Cristo tem a aparência, repito, que está no link que o sr. Bruno colocou aqui. Por favor, parem com essa “conversa” de querer “escurecer” Cristo! O que importa é ser o Cristo, nosso Salvador, não a cor da pele, mas; que a verdade seja mantida e não inventada, como muitos gostam de fazer.
Realmente, isso parece querer “lacrar”, o que é péssimo. Outra coisa: árabes tem a pele escura, não a maioria dos judeus, de onde vem Davi, de onde vem Cristo. Eram 12 tribos diferentes, logo, sim, havia a Tribo de Judah, a tribo do Rei Davi, onde a pele era clara, olhos claro, como está no AT e eu reproduzi aqui o trecho bíblico sobre a ascendência de Jesus Cristo.
No Santo Sudário, fica patente que Cristo tinha cabelos e olhos claros.