O serviço de streaming HBO Max vai estrear em 21 de julho uma série sobre o assassinato da atriz Daniella Perez. Intitulada Pacto Brutal: O Assassinato de Daniela Perez, a obra traz detalhes do crime que está completando 30 anos.
“Depois de um minucioso trabalho de pesquisa, trouxemos à luz a barbaridade do crime”, disse o roteirista Guto Barra ao site da CNN Brasil, na terça feira 5. “Conseguimos informações não reveladas na época do assassinato.”
Ao todo, a série tem cinco episódios e traz relatos da escritora Gloria Perez, mãe de Daniella; e dos atores Raul Gazolla, viúvo da atriz; Claudia Raia; Fabio Assunção; Maurício Mattar; Cristina Oliveira e Eri Johnson. Os detalhes do crime e julgamento também vão ser relevados na trama.
Daniella tinha apenas 22 anos quando foi assassinada pelo ator Guilherme de Pádua e a mulher dele, Paula Thomaz. Durante anos, o crime estampou as capas dos principais jornais do Brasil. Na série, Gloria Perez conta como foi a trajetória de “busca pela verdade” na morte da filha.
A escritora buscou testemunhas, analisou evidências e ajudou a expor os erros das autoridades brasileiras. A atuação de Gloria foi fundamental, visto que ela conseguiu mudanças na legislação brasileira, que passou a incluir homicídio qualificado dentro dos crimes hediondos.
“O caso Daniella Perez inspira muitos sentimentos”, afirmou a diretora Tatiana Issa. “A retratação documental revela não apenas a Daniella quanto artista, filha e esposa, mas também a deficiência do sistema jurídico brasileiro.”
Entenda o crime
Em 1992, Daniella protagonizava a novela De Corpo e Alma, da rede Globo. A atriz e Guilherme de Pádua formavam um casal. Na época, Pádua e sua mulher, grávida, assassinaram Daniella. A atriz foi morta com 18 golpes de faca. O corpo de Daniella foi encontrado em um matagal, na Barra da Tijuca.
No mesmo ano, Pádua confessou ter assassinado a atriz por motivações passionais (provocado pelo sentimento de paixão fora de controle). Anos depois, negou o crime atribuindo a culpa somente à sua esposa. Durante o velório da vítima, o ator consolou a mãe de Daniella e o viúvo da atriz.
Quatro anos depois do crime, o casal foi condenado à prisão em dois juris: Pádua pegou 19 anos e Paula, 15. Gloria reuniu pouco mais de 1 milhão de assinaturas em um abaixo-assinado que aprovou a primeira emenda popular da história do país. Assim, tornou o homicídio qualificado em crime hediondo. Depois de cumprir apenas um terço da pena, Pádua foi solto em outubro de 1999. Três semanas depois, Paula conseguiu liberdade.
O Brasil hoje está entre as 10 maiores economias do Mundo. O sistema judiciário brasileiro precisa de uma reformulação maiúscula para que possa punir crimes como este com mais precisão.