Rodolfo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), informou que a Petrobras não vai participar do 2º Ciclo da Oferta Permanente do regime de Partilha. Seu leilão vai acontecer em 13 de dezembro.
A autarquia informou que a Petrobras não vai tomar parte da rodada pois ainda não está habilitada para disputar áreas sob regime de partilha. Trata-se de uma regra do polígono do pré-sal.
“A Petrobras não entrar é uma decisão de empresa, mas faz parte do jogo”, explicou Saboia depois da abertura da OTC Brasil, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro. “Outras empresas capazes estarão no leilão.” Segundo ele, “isso mostra que o Brasil não depende mais exclusivamente da Petrobras” para haver leilões do tipo.
De acordo com Saboia, apesar deste acontecimento atípico, em outras ocasiões a companhia chegou a se habilitar, mas não fez propostas, o que teria pode ter frustrado a agência e o mercado.
Embora a gigante petrolífera não participe dessa rodada, as estrangeiras BP Energy, Chevron, Shell, Total, Petronas e QatarEnergy vão disputar os cinco blocos das bacias de Campos e Santos que esse leilão vai ofertar.
A ausência da Petrobras no leilão deve se limitar à rodada da partilha, já que a companhia está apta à licitação do regime de concessão.
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A licitação do regime de concessão vai ofertar 602 blocos localizados em 33 setores de todo o país, tanto em terra quanto no mar.
Ainda nesta semana, a Petrobras perdeu muito valor de mercado depois de informar que pretende mudar o seu atual estatuto, e permitir indicações políticas.
Apesar de não participar neste leilão, espera-se que a Petrobras faça outras ofertas
Especialistas do mercado têm grande expectativa de que a Petrobras faça ofertas por blocos na Bacia de Pelotas, no litoral do Rio Grande do Sul, em razão de declarações recentes de executivos da estatal de que ela teria interesse em explorar na região.
A oferta por esses blocos, de acordo com os executivos, vem sendo encarada como uma alternativa à Margem Equatorial, em que a empresa enfrenta atualmente uma resistência do Ibama para emissão de licenças ambientais.
Sobre isso, o diretor-geral da ANP informou que há mais de 800 blocos aguardando aval de cunho ambiental do governo federal para inclusão no rol de campos a ser incluídos na Oferta Permanente.