Os carros com câmbio automático já representam cerca da metade dos veículos novos que são vendidos no Brasil. No entanto, muitos motoristas utilizam o recurso de forma errada.
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Erros, que poderiam ser facilmente evitados, podem causar estragos graves com o passar do tempo. Algumas orientações são importantes para evitar esses danos.
Selecionar “P” ou “R” do carro com câmbio automático em movimento
As opções “R” (ré) ou “P” (estacionado) não podem ser acionados com o carro em movimento, conforme explicou o engenheiro Cláudio Castro, membro da Sociedade de Engenheiros Automotivos (SEA Brasil), em entrevista ao portal UOL. Ao fazê-lo, componentes da transmissão automática, como as engrenagens, são danificadas.
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“O risco é maior em câmbios mais antigos, cujas posições são acionadas mecanicamente”, explicou o engenheiro. “Modelos mais recentes são equipados com um controle eletrônico que impede acionar a ré ou a posição de estacionamento com o veículo em movimento.”
Colocar câmbio em neutro ao parar no semáforo
Com os veículos manuais a atitude está correta. No entanto, com os carros automáticos, a prática é incorreta. O certo é manter o câmbio na posição “D”, e o pé no pedal do freio.
“Mantenha na posição ‘D’ com o pé no freio, pois isso mantém o sistema hidráulico pressurizado e os componentes lubrificados”, pontuou Castro. “A lubrificação de muitas transmissões automáticas depende da respectiva conexão com as rodas.”
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Camilo Adas, membro da SEA Brasil, disse que a função “N” (neutro) foi criada para situações de manutenção. A posição precisa ser acionada quando é necessário rebocar o veículo com o motor desligado.
“Segurar” o veículo no morro com acelerador
Assim como os veículos manuais, os automáticos tampouco devem ter o acelerador “segurado” nos morros. Dependendo da inclinação, a marcha já é suficiente para segurar o carro. Em outros casos, basta colocar uma leve pressão no pedal do acelerador para que isso aconteça.
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“Usar a marcha lenta ou a aceleração para ‘segurar’ o carro esquenta o óleo da transmissão e aumenta o consumo de combustível sem necessidade”, alertou Castro. O especialista recomenda manter o pé no freio sempre que o carro estiver parado.
Tentar ligar o carro no “tranco”
De acordo com Erwin Franieck, também da SAE Brasil, há carros automáticos que, em tese, podem “pegar no tranco”. No entanto, a prática deve ser evitada.
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Ele orienta a posicionar o seletor em “N” e colocar em “D” ou “2” quando o veículo atingir uma velocidade de aproximadamente 20 km/h. Com isso, o motor deve ligar. Ao mesmo tempo, essa prática pode forçar alguns componentes.
“Se a bateria ficar descarregada, o recomendado é fazer uma ‘chupeta’ ou recarregá-la por meio de um aparelho específico para este fim”, recomenda o engenheiro Edson Orikassa. “Se a bateria não recuperar a carga, nesse caso, será necessário trocá-la por uma nova.”
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