O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse em entrevista coletiva, nesta segunda-feira, 6, que avalia a criação de uma “taxa de melhoria”, paga pelos moradores e pela prefeitura, para enterrar os fios da capital paulista.
Segundo Nunes, a taxa está sendo discutida com a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia no município, desde o fim do ano passado. O assunto voltou a ser debatido depois que 2 milhões de moradores ficaram sem energia por causa das fortes chuvas, na última sexta-feira, 3.
“Em outubro do ano passado foi uma das primeiras reuniões em que a gente está desenvolvendo plano para apresentar para a sociedade.” disse Nunes.
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O prefeito não explicou exatamente como a taxa funcionaria, mas disse que não será obrigatória. Os moradores poderão optar em aderir — ou não.
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“Não farei de forma obrigatória”, explicou Nunes. “A ideia é fazer com que possa pegar um quarteirão de um bairro qualquer e falo: ‘Tenho essa opção, você deseja aderir?’ Se houver uma grande maioria [de adesão], uma parte a prefeitura entra, uma parte o munícipe entra, e a gente consegue acelerar um pouco a questão do enterramento.”
Aterramento tem alto custo
Nunes explicou que aterrar a fiação de toda a cidade é muito caro — o custo estimado chega aos R$ 20 bilhões. Essa seria a principal justificativa para a cobrança do munícipe.
De acordo com a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp), a rede subterrânea custa de 11 a 20 vezes mais que a rede aérea, como são chamadas as fiações colocadas em postes de energia.
“Não pode demonizar o poste sempre que uma crise dessa aparece”, afirmou a TelComp. “A gente vai conviver com o poste hoje, amanhã e daqui a cem anos. Porque ele é a infraestrutura mais barata para levar telecomunicações e energia para os mais diversos locais.”