O presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, Padinho, rompeu o silêncio sobre o episódio em que torcedores do Corinthians impediram a entrada de manifestantes no metrô de São Paulo. A cena ocorreu em 25 de fevereiro, quando os cidadãos estavam a caminho do ato pela democracia.
Padinho publicou em seu Instagram, na quarta-feira 6, um vídeo em que afirma que a ação dos torcedores não condiz com o lema da Gaviões: “Lealdade, humildade e procedimento”.
Saiba mais: “Autor de denúncia contra Gaviões recebe ameaças”
O presidente da Gaviões da Fiel declarou que o país é democrático e que cada um “vota em quem quiser”. “A Gaviões nasceu para apoiar, fiscalizar e cobrar o Corinthians”, disse Padinho. “Quem quiser defender algum partido, que se filie a um”.
Gaviões da Fiel leva processo, depois de torcedores barrarem manifestantes no Metrô
Em 27 de fevereiro, o ex-deputado estadual Douglas Garcia (Podemos-SP) acionou o Ministério Público de São Paulo contra a Gaviões da Fiel.
Na representação, Garcia citou um trecho da Lei 14.597. Neste, a torcida organizada responde civilmente, “de forma objetiva e solidária, pelos danos causados por qualquer de seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento”.
+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste
Apesar do processo, Garcia reconheceu a declaração do presidente da Gaviões, mas também pediu que a torcida organizada ajudasse a levantar os nomes das pessoas que barraram os manifestantes.
Ainda no documento, o ex-deputado mencionou o artigo 186 da Lei 10.406/2002. O dispositivo estabelece: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
PROCESSEI A GAVIÕES DA FIEL! Art. 178 § 5° e 6° da Lei 14.597 – Art. 186 da Lei 10.406/02 e Artigo 262 do Decreto Lei nº 2.848 pic.twitter.com/gn3qHQSuT7
— Douglas Garcia (@DouglasGarcia) February 27, 2024
Em um vídeo no Twitter/X, é possível ver quando torcedores do Corinthians barram os manifestantes nos vagões, assim que as portas se abrem para o embarque e o desembarque dos passageiros.
Alguns homens, vestidos com a camiseta do time de futebol, permaneceram na frente das portas para impedir a passagem. Naquele momento, gritavam “não vai entrar, não”, repetidas vezes. Quando uma manifestante tenta quebrar a barreira e acessar o metrô, o grupo corintiano grita “volta”.
Me engana que eu gosto.
Depois que fizeram a Arena do Corintias, não acredito neste pito nos torcedores esquerdistas.
Curitias e Lula: unha e carne.
Basta ver o histórico da arena.