A Era de Ouro da Netflix parece ter chegado ao fim depois de 11 anos de muito otimismo. O gigante do entretenimento enfrenta agora sua primeira grande crise. Ao todo, a companhia perdeu cerca de 200 mil clientes só no primeiro trimestre de 2022, realidade que fez o valor das ações cair mais de 40% no mesmo período.
Para piorar a situação, o mais conhecido serviço de streaming estima perder mais dois milhões de assinantes nos próximos meses. Segundo os acionistas da Netflix o aumento significativo do preço da assinatura, a maior concorrência no mercado e a crescente insatisfação com os produtos disponibilizados ajudam a explicar o cenário “caótico” da empresa.
“Os usuários estão preferindo ter mais experiências de produto ou serviços que sejam mais personalizados e, cada vez menos, estão escolhendo gastar seu tempo zapeando no streaming para saber qual filme ou série vão querer assistir”, explica o CEO da PagBrasil, fintech brasileira de pagamentos para e-commerce, Ralf Germer.
De fato, o desencantamento pelos serviços é a mais nova normalidade. E o Brasil é prova viva disso. Dentre os 71% de assinantes nacionais, 52% já cancelaram alguma plataforma de streaming em 2022, de acordo com uma pesquisa da Abranet (Associação Brasileira de Internet). Dos cancelamentos, o maior número foi da Netflix (24%), seguido por GloboPlay (23%), Amazon Prime Video (15%), Telecine Play (14%), Disney+ (13%), HBO MAX (6%), entre outras.
Empresas 100% nacionais aproveitam a oportunidade para atrair os brasileiros que cancelaram assinaturas. E é graças a um plano de mercado mais personalizado e nichado que o Brasil Paralelo, a Oldflix, a Darkflix e a Lumine conquistam um público cada vez maior no país.
Brasil Paralelo
“Aperte o play sem medo.” Este é o slogan do Brasil Paralelo, serviço de streaming lançado em 2016, e que já conta com mais de 300 mil membros assinantes. A programação possui um cardápio variado de filmes, séries e programas infantis e uma grade diária de conteúdos.
Mas o diferencial da empresa são as produções originais. Todo o faturamento vem das assinaturas. “O que a gente vê aqui no Brasil Paralelo é uma oportunidade de ocupar um espaço identificado como vago”, afirma Renato Dias, Head de Relações Institucionais da empresa.
De acordo com Renato, o público-alvo do Brasil Paralelo pertence a uma faixa mais conservadora. Na plataforma, os assinantes poderão encontrar um material “mais adequado” e distante do “perfil mais progressista das produções da Netflix”, segundo Renato. “As pessoas identificaram que a quantidade acabou falando mais alto que a qualidade.”
O valor da assinatura que permite acessar todo conteúdo exclusivo do Brasil Paralelo é R$ 19 mensais. Entre as atrações diárias estão o programa de entrevistas Contraponto, o podcast Conversa Paralela, além das programações Insight BP, Investigação Paralela, Red Pill e Rasta News.
Oldflix
Os amantes do cinema clássico podem encontrar na Oldflix uma mina preciosa (e rara) de conteúdo. A proposta da plataforma de streaming é reunir em um único espaço virtual os filmes e séries de maior sucesso das décadas passadas, e que não são muito transmitidas nos canais de TV tradicionais do Brasil.
Apesar do cardápio da plataforma reunir longas mais cult, como Casablanca (1942), Prelúdio de uma guerra (1942) e Speed-Racer (1960), o público-alvo da Oldflix mostra que a programação não é assistida apenas pelas gerações mais velhas. Pelo contrário. De acordo com a empresa, são os mais jovens quem buscam cada vez mais contratar o serviço.
“Alguns desses filmes nunca nem foram projetados nas emissoras de TV do Brasil. E isso explica o porquê nós temos um público jovem bastante interessante, com uma porcentagem de entre 20 a 25% entre 18 e 25 anos, por exemplo”, explica Wagner Wanderley, CEO da Oldflix.
Ainda de acordo com ele, o mercado de streaming mais “nichado”, ou seja, especialista em determinados gêneros de filmes e séries, pode ser uma alternativa para superar a concorrência com as gigantes do mercado. Além disso, o empresário afirmou que essa estratégia pode ajudar as empresas prestadoras desse serviço no Brasil a alavancarem de vez.
“Fazer algo parecido com a Netflix ou com a Prime Vídeo é complicado. Bater de frente com esse pessoal é um desafio. Então eu acredito que o nicho acaba nos protegendo”, concluiu. A Oldflix possui planos de assinatura para que os clientes escolham aquele que melhor se encaixar no seu bolso. Os valores vão de básico (R$14,90), padrão (R$16,90) e Premium (R$18,90).
Darkflix
A ideia de criar um projeto por assinatura focado em cinema fantástico surgiu em 2008. Hoje, já fora do papel, a Darkflix se posiciona no mercado como uma forte concorrente das demais empresas brasileiras que também trabalham para conquistar a atenção do público nacional.
O número atual de assinantes da empresa gira em torno de 250 mil. Durante os festivais de cinema realizados anualmente, a Darkflix conta que chega a atingir até 2 milhões de visualizações com seus conteúdos. “O custo de nossa assinatura é baixo e os preços da Netflix subiram consideravelmente nos últimos anos. Não somos concorrentes diretos, pois nosso foco é Cinema Fantástico e nosso público é segmentado”, afirma a equipe, em nota.
É possível acompanhar toda a programação através do celular (IOS e Android), tablet ou computador. O plano mensal custa R$ 9,90 e permite o acesso ilimitado a programação de filmes e séries os quais, segundo a empresa, “90% não estão disponíveis em outros serviços.”
Filmes como O Terror da Serra Elétrica (1982), A Autópsia de Jane Doe (2016) e o Diário de Ellen Rimbauer (2003) fazem parte do conteúdo disponível na plataforma. Mas o gênero de Terror não é o único presente no cardápio da Darflix. Existem ainda outras categorias, como Suspense, Mistério e Ficção científica para que o assinante se sinta contemplado com as variadas opções oferecidas.
Lumine
Uma plataforma sobre conteúdo católico que atrai um público-alvo de 25 a 35 anos, majoritariamente. Esta é a Lumine, empresa nacional de streaming com um catálogo repleto de filmes documentais e obras de ficção sobre importantes personalidades cristãs.
No acervo, os usuários podem assistir ainda produções originais caso assinem o plano mensal de R$ 28,90. Um exemplo é o documentário O Jardim das Aflições (2017), que conta a história por trás das reflexões filosóficas do professor Olavo de Carvalho (1947-2022).
A preocupação da Lumine com os assinantes é entregar, acima de tudo, obras que sejam prazerosas quando assistidas pelo espectador. “O consumo exagerado de conteúdo na internet, inclusive de filmes e séries, pode ser maléfico e alienante para as pessoas”, argumenta Matheus Bazzo, fundador da produtora.
“Nós temos um pouco dessa responsabilidade de mostrar aos clientes que às vezes basta só um filme. Toda a compulsão é um problema, é um vício. Mas o conteúdo tem que ser preservado. E para nós ele é sagrado.”
Interessante. Streaming de “nicho”…. Tenho assistido menos Netflix e mais outras plataformas como HBO Max… Pode ser que cancele.
Todas as pessoas que conheço que cancelaram a Netflix são unânimes no motivo do cancelamento.
Pq o Brasil Paralelo está dando certo?
Basta a trama ser boa, basta a história ser boa. Não é necessário enfiar uma cena explicita de sexo, nem violência descabida e sangue derramando na tela…
As pessoas que se deliciam com essas coisas geralmente estão com ” problemas” de fundo psicológico. Cedo ou tarde elas se curam…
Mas o Netflix não pode pensar que é maioria a população que precisa de cenas de sexo explícito e violência gratuita…
Inúmeras séries tinham uma trama excelente e cativante, deixei de assistir pelo excesso de cenas que não acrescentavam nada como relações entre corpos e mortes descabidas…
Enfim. Brasil Paralelo vence pelo Lema que é sem dúvida uma bandeira a se erguer, o ASSISTA SEM MEDO é isso!
Acorda Netflix e Amazon!
A maioria das pessoas não são tão doentes quanto seus roteiristas!
A Netflix está podre! Nenhuma família de bem que tem amor pelos seus filhos deveria ascessar a este lixo! Eu cancelei minha assinatura na época que aqueles idiotas da porta dos fundos afrontou os cristãos com aquele filme diabólico! De lá pra cá nada mais se aproveita nesta lixeira!
Muito bom ter outras opções de streaming. Principalmente pq de uns tempos para cá a Netflix começou a impulsionar na sua grade, os filmes lacradores tipo BLM, diversidade etc. As pessoas sacaram a lavagem cerebral e estão cancelando. Sinal de amadurecimento. 😊