Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi sentenciado, na última terça-feira, 27, a 12 anos de prisão. Mesmo ausente no julgamento, ele foi condenado por associação criminosa e por ter lavado R$ 1 bilhão do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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A sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da Primeira Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
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Tuta já foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como o substituto de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ele ascendeu ao posto de destaque dentro da facção em 2020, depois da transferência dos principais chefes da organização criminosa para presídios federais.
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No entanto, segundo informações do site Metrópoles, Tuta teria sido expulso em 2022 por enriquecer à custa da organização. Investigadores acreditam que ele foi sequestrado e morto pelo tribunal do PCC. Oficialmente, no entanto, ele é considerado foragido.
Tuta dividia seu tempo entre o crime e o trabalho formal
Antes de assumir esse posto de destaque no crime, Tuta trabalhou oficialmente como adido comercial no Consulado de Moçambique, em Minas Gerais. Alguém que ocupa esse posto se dedica a assuntos relacionados aos intercâmbios entre os dois países.
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Deusdete Januário Gonçalves, ex-cônsul-honorário da República de Moçambique em Minas Gerais, descreveu o criminoso ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) como “um homem de grande idoneidade”.
Ele também disse que Tuta “desempenhava sua função corretamente”. O ex-cônsul não sabia que o então funcionário do consulado era integrante da maior facção criminosa do país quando trabalhavam juntos.
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Tuta trabalhou no Consulado de Moçambique entre 2018 e 2019, com carteira assinada. Ainda em seu depoimento, o ex-cônsul afirmou que o membro do PCC “preenchia todos os requisitos necessários” para o cargo.
Para conseguir o emprego, Tuta apresentou sua folha de antecedentes à Justiça Federal e à Justiça mineira. De acordo com Deusdete, Tuta se apresentava como uma pessoa simples, sem ostentar nenhum tipo de riqueza.
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Além de Tuta, o juiz Valente Barreiros condenou Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Este último foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão.
Também foram sentenciados Robson Sampaio de Lima, o Tubarão; e Odair Lopes Mazzi Júnior, o Deizinho, ambos a 16 anos e 11 meses de prisão.
Estão todos foragidos, não é ?