Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi sentenciado, na última terça-feira, 27, a 12 anos de prisão. Mesmo ausente no julgamento, ele foi condenado por associação criminosa e por ter lavado R$ 1 bilhão do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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A sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Valente Barreiros, da Primeira Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
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Tuta já foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como o substituto de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ele ascendeu ao posto de destaque dentro da facção em 2020, depois da transferência dos principais chefes da organização criminosa para presídios federais.
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No entanto, segundo informações do site Metrópoles, Tuta teria sido expulso em 2022 por enriquecer à custa da organização. Investigadores acreditam que ele foi sequestrado e morto pelo tribunal do PCC. Oficialmente, no entanto, ele é considerado foragido.
Tuta dividia seu tempo entre o crime e o trabalho formal
![PCC Tuta](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/02/PCC-Tuta.jpg)
Antes de assumir esse posto de destaque no crime, Tuta trabalhou oficialmente como adido comercial no Consulado de Moçambique, em Minas Gerais. Alguém que ocupa esse posto se dedica a assuntos relacionados aos intercâmbios entre os dois países.
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Deusdete Januário Gonçalves, ex-cônsul-honorário da República de Moçambique em Minas Gerais, descreveu o criminoso ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) como “um homem de grande idoneidade”.
Ele também disse que Tuta “desempenhava sua função corretamente”. O ex-cônsul não sabia que o então funcionário do consulado era integrante da maior facção criminosa do país quando trabalhavam juntos.
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Tuta trabalhou no Consulado de Moçambique entre 2018 e 2019, com carteira assinada. Ainda em seu depoimento, o ex-cônsul afirmou que o membro do PCC “preenchia todos os requisitos necessários” para o cargo.
Para conseguir o emprego, Tuta apresentou sua folha de antecedentes à Justiça Federal e à Justiça mineira. De acordo com Deusdete, Tuta se apresentava como uma pessoa simples, sem ostentar nenhum tipo de riqueza.
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Além de Tuta, o juiz Valente Barreiros condenou Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Este último foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão.
Também foram sentenciados Robson Sampaio de Lima, o Tubarão; e Odair Lopes Mazzi Júnior, o Deizinho, ambos a 16 anos e 11 meses de prisão.
Estão todos foragidos, não é ?