O influenciador fitness Renato Cariani se manifestou, nesta terça-feira, 30, sobre a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) que o acusa de crimes. A corporação sustenta que o influencer e dois amigos usaram a companhia para desvio de produtos químicos para o narcotráfico produzir drogas.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
“A Polícia Federal já encerrou as investigações”, disse Cariani em um story no Instagram. “E agora cabe à Justiça entender se ela tem ou não material suficiente para oferecer para isso, para transformar num processo. Mas esse indiciamento já tinha acontecido há muito tempo, e a imprensa resolveu notificar novamente, não sei por quê. Mas não vai tirar a minha alegria do meu prêmio que vocês, graças a vocês, tive a honra de conquistar.”
Além de Cariani, a investigação indiciou Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth por tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O trio responde pelos crimes em liberdade. A defesa do influenciador e a de sua amiga já negaram as acusações.
Leia mais: “Grupo Supley nega que Cariani seja sócio da empresa”
A Polícia Federal encaminhou a conclusão para o Ministério Público, que depois de analisar o inquérito vai decidir se denuncia o grupo pelos crimes. Em seguida, a Justiça tem de decidir se os três serão julgados pelas acusações. Em caso de condenação, o trio pode ser preso.
O relatório foi concluído em 10 de janeiro, mas divulgado apenas nesta terça-feira, pela TV Globo. A manifestação do influenciador aconteceu depois do anúncio da conclusão. Ele também criticou a imprensa por divulgar a informação. O empresário tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram.
Trio liderado por Renato Cariani desviava produtos para fabricar drogas, diz PF
Cariani, Fabio Mota e Roseli Dorth viraram alvo da polícia depois de usarem, segundo as investigações, a empresa química Anidrol para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para empresas farmacêuticas.
De acordo com a PF, o trio desviava os produtos legais da Anidrol para fabricar cocaína e crack, no período de 2014 a 2021. Essas drogas abasteciam uma rede de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Leia mais: “Cariani rompe o silêncio, sobre busca e apreensão pela PF”
Cariani é sócio, com Roseli, da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda. A empresa fica em Diadema, na Grande São Paulo.
Segundo a PF, o trio tinha conhecimento e participava diretamente do esquema criminoso. As provas são as interceptações telefônicas de conversas e de troca de mensagens, com autorização judicial.
Leia também: “Aos 71 anos, sócia de Cariani também é investigada pela PF”
No período, a empresa desviou 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol. Essas são substâncias presentes na produção de cocaína e crack.
Como começou a investigação
A Receita Federal suspeitou de depósitos de mais de R$ 200 mil feitos pela AstraZeneca para a Anidrol. A multinacional negou, no entanto, a compra dos produtos da empresa.
A investigação identificou mais suspeitos de participarem do esquema criminoso, mas ainda não os indiciou, porque espera juntar mais provas contra eles.
Defesa de Cariani
A defesa de Cariani disse ao g1, nesta terça-feira, que “o indiciamento ocorreu de forma precipitada, há mais de 40 dias, antes mesmo de Renato ter tido a oportunidade de prestar esclarecimentos”.
Os advogados ainda disseram que as conclusões dos policiais com base no relatório são “equivocadas” e estão sendo questionadas. “Apresentamos ao juízo dezenas de documentos que comprovam que Renato jamais participou de qualquer atividade ilícita”, informou por nota a defesa do influenciador. “E temos a certeza de que sua inocência será reconhecida pela justiça.”
Leia mais: “Entenda a investigação que envolve o influenciador Renato Cariani”
Já a defesa da amiga de Cariani, Roseli Dorth, disse que “as conclusões da Polícia Federal são gravemente equivocadas”. Ao g1, os advogados informaram, por meio de nota, que apresentaram uma petição ao Ministério Público com mais de cem documentos que comprovam que Roseli não tem envolvimento com a prática dos crimes.