O empresário e influenciador fitness Renato Cariani se tornou réu em uma operação que investiga o desvio de produtos farmacêuticos para o tráfico de drogas. Isso porque a 3ª Vara Criminal de Diadema, no ABC Paulista, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o influencer, nesta sexta-feira, 16.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, outras quatro pessoas também são alvos da Polícia Federal (PF) pelo mesmo crime: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Pereira. O suposto intermediário, Fábio Spinola Mota, é apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Segundo a PF, Renato Cariani teria usado uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Contudo, os produtos seriam direcionados para a fabricação de cocaína e crack.
Conforme a investigação, as drogas abasteciam uma rede de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o PCC.
Cariani, com 7,4 milhões de seguidores no Instagram, é sócio de uma das empresas investigadas. O influenciador disse que não teve acesso ao conteúdo das investigações.
A investigação contra Renato Cariani
As suspeitas começaram depois de a Receita Federal detectar um depósito em dinheiro, no valor de R$ 212 mil, aparentemente feito pela farmacêutica AstraZeneca. A empresa negou, porém, a movimentação e a ligação com a empresa da qual o influenciador é sócio, a Anidrol.
A PF afirmou ter identificado 60 transações fraudulentas nas empresas investigadas, em seis anos. Cerca de 12 toneladas de insumos, como fenacetina e manitol, foram para células de organizações criminosas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Ao todo, foram 18 mandados de busca nesses Estados.
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Ao longo da apuração, Cariani trocou mensagens com um suposto funcionário do laboratório. A análise telemática demonstrou, contudo, que teria sido Mota, amigo de Cariani, quem registrou um domínio na internet em nome da AstraZeneca.
O domínio possuía uma extensão “.com.br”, e Mota teria criado um e-mail em nome desse funcionário fantasma.
Os acusados têm dez dias para apresentar uma defesa. Além disso, precisam entregar seus passaportes em até 24 horas, pois estão proibidos de deixar o país. A Justiça indeferiu um pedido de bloqueio de bens dos investigados.
O que diz o influenciador
Em nota, a defesa do empresário informou que “não faz qualquer sentido lógico considerar que dois estabelecidos executivos do setor químico, depois de dedicarem uma vida inteira de trabalho à empresa, se aventurariam no submundo do tráfico de drogas”.
Segundo Renato Cariani, a empresa da qual é sócio tem mais de 40 anos e opera com todas as licenças necessárias. “O importante é o seguinte: sei quem sou, a jornada que cumpro, sei muito bem disso”, alegou. “Quem tem empresa está fadado a esse tipo de situação. Estou tranquilo.”
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