O Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo finalizou, nesta segunda-feira, 13, o laudo sobre a causa da morte das 62 vítimas do voo 2283 da Voepass. A aeronave caiu em Vinhedo (SP), na última sexta-feira, 9. O relatório informa politraumatismo como motivo dos óbitos.
Em entrevista coletiva, Vladimir dos Reis, diretor do IML, afirmou que todas as vítimas morreram instantaneamente. A morte ocorreu “no momento em que a aeronave tocou no chão”. As queimaduras observadas ocorreram depois do falecimento.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
A Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico (SBTO) informou que o politraumatismo envolve “múltiplas lesões causadas ao corpo por forças externas, de natureza física ou química, como impactos ou queimaduras”.
Esse tipo de lesão pode afetar órgãos vitais e diversos sistemas do corpo humano. Embora seja um quadro grave, apenas em situações extremas, como o impacto de uma aeronave no solo, resulta em morte.
Definição de politraumatismo
A SBTO define politraumatismo como a presença de duas ou mais lesões graves em pelo menos dois sistemas do corpo, “com repercussão de parâmetros fisiológicos”.
“Fratura de ossos, lesões cerebrais, hemorragias, amputações e lesões na coluna são os ferimentos mais comuns que ocorrem nesses casos”, afirmou a SBTO ao jornal O Globo.
Em termos de assistência, a SBTO recomenda que “uma vítima de politraumatismo deve ser atendida ainda no local do acidente”, com o atendimento dividido em duas fases.
“O primário visa a salvar a vida do paciente com intervenções imediatas nas causas que podem matá-lo mais rápido”, informou a entidade. “O atendimento secundário é feito quando o paciente já estiver bem clinicamente.”
O politraumatismo é uma causa frequente de mortes em acidentes aéreos e automobilísticos. Foi também a causa das mortes da cantora Marília Mendonça, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e do jornalista Ricardo Boechat, todos vítimas de quedas de aeronaves nos últimos anos.