Casos de acidentes aéreos, como o que aconteceu com o avião da Voepass, na última sexta-feira, 9, são considerados raros no Brasil. Por aqui, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão do Comando da Aeronáutica (Comaer), tem papel crucial na segurança dos voos e na análise de caixas-pretas.
Responsável pelo Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), o Cenipa é detentor do Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), encarregado de extrair, obter e analisar as gravações das aeronaves. As informações são fundamentais para as investigações de acidentes.
O Labdata segue rigorosos padrões internacionais. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), no Hemisfério Sul, somente o Brasil e a Austrália possuem laboratórios com tamanha capacidade. Isso possibilita ao Cenipa apoiar investigações de vários outros países da América do Sul.
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O gravador de voo é projetado para resistir a condições extremas, como quedas, incêndios e submersões de até 6 mil metros de profundidade.
Dados das caixas-pretas são extraídos de forma eletrônica
Para a extração de dados, o laboratório do Cenipa realiza análises técnicas com microscópios, animações em realidade virtual (3D) e fornos específicos para a secagem dos elementos eletrônicos.
Dentro do laboratório, existe uma oficina de extração onde são realizadas a remoção das placas de memória dos gravadores de voo e a verificação dos componentes.
Os dados são recuperados eletronicamente, o que permite acesso aos sons da cabine, às comunicações dos pilotos e à leitura de centenas de parâmetros de voo, tais como altitude, velocidade e trajetória.
Depois dessa análise, os especialistas trabalham na sala do simulador de voo, onde as informações que foram obtidas são utilizadas para criar uma animação baseada nos dados recuperados e condições de voo anteriores ao acidente.
“Desde a implantação da estrutura no Cenipa, em 2006, mantemos o foco na melhoria contínua das análises que aqui são realizadas”, afirma o chefe do Labdata, coronel-aviador Sidnei Velloso da Silva Junior.
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“Trabalhamos incansavelmente para entregar aos investigadores o máximo de informações oriundas dos dados obtidos, as quais exigem um processo meticuloso de análise e, assim, em tempo hábil, colaboram para a excelência dos resultados, contribuindo para o aprimoramento da aviação”, acrescentou Velloso.
O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, destaca que o trabalho desenvolvido no Labtada é fundamental para aumentar a segurança e a eficiência das operações.
“Continuaremos a investir em inovação e a colaborar com parceiros internacionais, mantendo nossa missão de contribuir para a segurança de voo e preservar a capacidade de combate da Força Aérea Brasileira.”
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