Uma pequena cidade maranhense, Serrano, é a cidade mais preta do Brasil, segundo levantamento étnico-racial do Censo 2022, feita pelo IBGE, divulgado nesta sexta-feira, 22.
Na pesquisa, 58,5% de pessoas na cidade se autodeclaram pretas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Distante 190 quilômetros de São Luís, Serrano, cuja população é de cerca de 10,2 mil habitantes, ficou à frente das baianas Antônio Carlos (55,1%) e Ouriçangas (52,8%). Em ambas, mais da metade da população se afirma preta.
Nesta edição do Censo, informa o Estadão, o destaque foi o avanço inédito dos pardos em relação aos brancos como grupo predominante no Brasil. Cerca de 92,1 milhões de pessoas (45,3% da população) se declararam pardas.
Já 88,2 milhões (43,5%) se declararam brancos, 20,6 milhões (10,2%), pretos, 1,7 milhões (0,8%), indígenas e 850,1 mil (0,4%), amarelas no levantamento de identificação étnico-racial da população, por sexo e idade.
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O grupo das pessoas pretas foi o segundo que mais cresceu de 2010 para cá com 42,3%, O primeiro foi o da população indígena, com 89%. Em comparação com o Censo de 1991, a população preta dobrou. Foi de 5% para 10,2%. Em termos absolutos, são 20.656.458 de pessoas.
Serrano é uma das vilas mais antigas do Maranhão, lembra o jornal. A história da região explica o porquê desse protagonismo negro no local.
A cidade é composta de comunidades oriundas daquelas que resistiram ao regime escravocrata, mantêm suas tradições culturais e aprenderam a tirar o sustento dos recursos naturais.
Neste grupo se incluem agricultores, pescadores, extrativistas, entre outros, além dos que desenvolvem atividades de turismo de base comunitária em seus territórios.
Assim, ao se autodeterminar como quilombola, uma pessoa tem laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive.
Tal população se concentra especialmente na zona rural. A falta de infraestrutura faz parte de alguns dos desafios locais. Na cidade, 0,6% de domicílios têm saneamento básico adequado e 1,8% de domicílios urbanos ficam em vias públicas com arborização.
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No Maranhão, está a segunda maior população quilombola do Brasil, de acordo com o próprio IBGE, com 269.074 mil quilombolas em 32 municípios. À frente do Estado, se coloca somente a Bahia, com uma população de 397.059 quilombolas. Entre as dez cidades brasileiras com maior proporção de pessoas quilombolas, seis estão do Maranhão.
IBGE revela que população preta foi a que mais aumentou
Os novos números do IBGE apresentam um panorama diversificado da ocupação da população no País na divisão cor e raça. Mesmo com o inédito predomínio dos pardos no Censo.
A Região Norte possui o maior percentual de pardos (67,2%). Já a Sul apresentou a maior proporção de brancos (72,6%). O Nordeste tem o maior percentual de pretos na sua população (13,0%).
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Entre os Estados, o maior percentual de pardos foi do Pará (69,9%). O Rio Grande do Sul registrou a maior proporção de brancos (78,4%) e a Bahia tem o maior percentual de pretos (22,4%).
A população que se declara preta, prossegue o Estadão, está dispersa no território nacional. Os Estados da Bahia e do Maranhão têm concentração significativa de pretos, com destaque para o Recôncavo Baiano e região litorânea do Maranhão. No Sudeste, o Rio de Janeiro se destaca. Os nove municípios de predominância preta estão todos no Nordeste.