O número de mortes causadas pelos fortes temporais que atingiram o litoral norte de São Paulo no fim de semana de Carnaval subiu para 54, informou nesta sexta-feira, 24, o governo de São Paulo. Uma das mortes foi em Ubatuba e 53 foram em São Sebastião, cidade mais atingida pelo excesso de chuvas, que causou o deslizamento das encostas e destruição de casas e construções.
Os trabalhos de buscas entraram no sexto dia. Até o momento, 38 corpos foram identificados e liberados para o sepultamento. São 13 homens adultos, 12 mulheres adultas e 13 crianças.
Ainda de acordo com o governo de São Paulo, equipes do município de São Sebastião, com psicólogos e assistentes sociais, fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas. São mais de 4 mil desalojados e desabrigados, que estão sendo acolhidos em casas de parentes e amigos e em espaços cedidos pela Prefeitura de São Sebastião e entidades da sociedade civil, como escolas, igrejas e ONGs.
O governo paulista orienta turistas a não viajarem para as regiões afetadas do litoral norte. “O objetivo é evitar sobrecarregar o atendimento em hospitais, o trânsito nas estradas e o abastecimento de água e de alimentos na região”, afirmou o governo, em nota. Além disso, é necessário que as rodovias estejam com pouco tráfego para permitir o livre trânsito de veículos de resgate.
Pelo menos 460 policiais militares foram deslocados para o litoral, para auxiliar nas buscas e proteger os carregamentos de doações aos desabrigados.
Estradas com interdições
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) liberou na noite de quinta-feira, 23, o tráfego de veículos no quilômetro 174 da Rodovia Rio–Santos, no trecho entre São Sebastião e Ubatuba. A subida da serra pode ser feita pelo Sistema Anchieta–Imigrantes ou Rodovia dos Tamoios, a depender do ponto na Rio–Santos onde o motorista se encontra.
“Caso esteja na altura da Praia de Juquehy (km 176), no sentido de Bertioga, a rota é somente pelo Sistema Anchieta–Imigrantes. Para o motorista que estiver do outro lado da interrupção total da Rio–Santos, no km 174, as rotas alternativas podem ser pela Rodovia dos Tamoios ou pela Rodovia Oswaldo Cruz”, informou o governo, em nota.
Já as obras de reparo na Rodovia Mogi–Bertioga terão duração de até ao menos 180 dias. A liberação parcial, segundo o governo paulista, está prevista para ocorrer em dois meses.
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Espero que O Governador de São Paulo tenha um plano de longo prazo para as populações de morros e encostas. Não é possível um país de dimensões continentais ainda ter gente morando em morros, encostas e áreas de enchentes e alagamentos. Todo ano, essas tragédias se repetem em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasil a fora.