Pelo menos 11 cidades do interior do Estado de São Paulo foram atingidas por uma tempestade de poeira na tarde desta quinta-feira, 14. É a quarta vez que o fenômeno climático é registrado nas últimas três semanas em municípios paulistas.
Há relatos da tempestade de poeira em Ribeirão Preto, Barretos, Batatais, Pirassununga, São Joaquim da Barra, Pitangueiras, Sertãozinho, Serrana, Brodowski, Jardinópolis e Colômbia.
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No fim de setembro, os primeiros registros da tempestade de poeira foram observados, principalmente, na cidade de Franca (a 400 quilômetros da capital paulista). Alguns dias depois, foi a vez de a região oeste do Estado ser afetada, em municípios como Presidente Prudente e Juqueirópolis. Seis pessoas morreram.
Como Oeste informou, trata-se de um fenômeno natural — e o culpado não é o agronegócio, ao contrário do que parte da imprensa chegou a noticiar. Segundo o climatologista Ricardo Felício, é comum que essas tempestades ocorram em períodos de seca. Episódios parecidos foram registrados na década de 1990. “Trata-se de um processo de adubação natural decorrente de um período de transição climática de uma estação mais fria para outra mais quente”, explicou.
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Essa adubação natural acontece porque o vento forte carrega restos de matéria orgânica vegetal e animal, como folhas, cascas, ossos e fezes, que formam a poeira. A transição do inverno para a primavera, aliada à falta de chuva, contribuiu para o tamanho das nuvens.
A tempestade de poeira acontece quando temporais de chuva com ventos fortes entram em contato com o solo seco. Assim, forma-se um “rolo compressor” de sujeira que pode alcançar até 10 quilômetros de altura.
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Com informações do jornal Folha de S.Paulo