Pesquisas recentes mostram que a ideologia woke está em declínio nos Estados Unidos. Liderada por movimentos extremistas, como o #MeeToo e o Black Lives Matter, essas ideias atingiram o auge em 2020. Nos dois últimos anos, entretanto, os norte-americanos estão vendo a cultura woke despencar nas universidades, nas empresas, nas mídias e em outros setores da sociedade.
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No Brasil, em contrapartida, essa cultura parece permanecer em seu auge. Por esse motivo, o cineasta Josias Teófilo lançou um manifesto contra a ideologia woke e pela liberdade das artes no país. “Enquanto nos Estados Unidos e no resto do mundo a ideologia woke está em decadência, no Brasil ela reina soberana”, afirma, um trecho do documento. “Como dizia Millôr Fernandes: ‘Quando uma ideologia fica bem velhinha, vem morar no Brasil’.”
Em entrevista na edição desta quarta-feira, 16, do Jornal da Oeste, Teófilo afirmou que o objetivo do manifesto “é defender a liberdade”. “A censura é o grande problema da nossa geração”, afirmou. “Tanto no âmbito político, quanto no artístico.”
O Brasil vive “uma escalada do autoritarismo”
De acordo com o cineasta, o Brasil vive uma escalada de autoritarismo, que se expressa na censura, nos cancelamentos, na perseguição a artistas e intelectuais que não pensam de acordo com as ideias de esquerda. “Até a língua portuguesa foi instrumentalizada por essa ideologia”, disse.
O manifesto, lançado por Teófilo, ainda destaca o preconceito contra pessoas religiosas em geral — especificamente contra cristãos. “É praticamente impossível aprovar um filme cristão num edital audiovisual, por exemplo”, diz outro trecho do documento.
Além disso, destaca-se a censura ao humor. O manifesto afirma que “tem sido cada vez mais difícil fazer uma comédia popular”. “Humoristas são cancelados, diariamente, sob aplausos da base woke“, acrescenta.
Ideologia woke como “cultura política no Brasil”
Ainda segundo Teófilo, a cultura woke se tornou “política pública no Brasil”. Para se ter ideia, o Teatro Municipal de São Paulo “caiu no identitarismo woke, que passou a ser a ideologia oficial de uma das instituições mais prestigiadas do mundo”. “Forçam a temática racial”, disse.
De acordo com Teófilo, isso se trata de “marxismo caricatural”. Ou seja, “pegaram o marxismo de Karl Marx e o transportaram para a questão da raça, da sexualidade e do gênero”.
Ele disse que, no Brasil, é impossível haver diálogo com quem adere à cultura woke. Falou também sobre o cancelamento do sociólogo e escritor brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987) nas universidades. Segundo o cineasta, isso é prejudicial porque “a ideia de cancelamento é uma ideia burra, péssima”. “Temos de começar a desfazer esse feitiço”, afirmou.
Ódio ao passado brasileiro
Teófilo ainda disse que os “progressistas” que admiram a cultura woke sentem ódio em relação ao passado brasileiro. “É como se os negros fossem uma tribo, separada do Brasil”, explicou. “Os brancos oprimem os negros, que tem de libertar-se, juntar-se pelo mundo. É mais ou menos a ideia dos proletários, mas levadas às questões sociais.”
Segundo Teófilo, “essa ideia é burra”, porque o Brasil é o país mais miscigenado do mundo. Então, segundo ele, não existe racismo estrutural em solo brasileiro. “Os maiores artistas brasileiros eram negros ou mulatos”, disse. “Carlos Gomes era negro, Machado de Assis também. Aleijadinho era mulato, filho de negros. Até o padre Antônio Vieira tinha ascendência negra.”
Parabéns pela coragem e ousadia, pois nos meios artístico e acadêmico, a disseminação dessa ideologia tem trazido grandes prejuízos às artes e ao ensino.
Sucesso, é o que desejo a você.
Te desejo sucesso nessa cruzada. Espero que um dia o Brasil e os brasileiros se livrem desse lixo cultural que atrapalha a vida de todos nós.