Michael Jackson ainda era um garoto tímido e dominado pelo pai no final de 1982. Foi quando ele resolveu virar o maior astro global da música pop. Muita gente quer a mesma coisa e até consegue (leia a matéria sobre Taylor Swift na revista Oeste).
Para produzir Thriller, Michael se reuniu com o produtor top Quincy Jones e resolveu fazer um disco diferente de tudo o que já tinha feito. Misturou o rock da música título com um dueto com Paul McCartney (“The Girl is Mine”), disco music estilizada (“Wanna Be Startin’ Somethin'”, “Billy Jean”), uma canção reflexiva (“Human Nature”) e rock com solo de Eddie Van Halen (“Beat It”). O disco foi um sucesso absoluto, vendeu três milhões de cópias. Satisfeita, a gravadora pediu o próximo álbum.
Michael Jackson disse não. Convidou o grande diretor John Landis (de Um Lobisomem Americano em Londres) para dirigir o mais ousado clipe de todos os tempos – “Thriller”, com 14 minutos, o astro transformado em monstro e uma coreografia de zumbis. Aí o mundo enlouqueceu com a Michaelmania. E o álbum chegou a 100 milhões de cópias vendidas.
O documentário Thriller 40 (na Amazon Prime) mostra em muitos detalhes todo o processo de criação do disco e do clipe, com muitos depoimentos e cenas da época. Algumas cenas são preciosas, como a realização do clipe e a criação da batida que teu origem à música “Thriller”. E inclui o momento em que Michael, forçado pelo pai, participou de um evento publicitário para a Pepsi Cola que o deixou com queimaduras de segundo e terceiro grau no couro cabeludo – um problema que o perseguiria pelo resto da vida.
Thriller 40, o documentário, é a lição perfeita de como arte de verdade se faz com talento, dedicação, aperfeiçoamento, ambição e desafio. E não com verbas oficiais para aduladores do poder.