A fórmula não é nova. Outras produções já mostraram o mesmo tipo de reality show em cidades como Los Angeles e Miami. Mas Dominando Manhattan (Netflix) parece deixar todos os outros para trás.
O programa mostra os bastidores da sexta maior incorporadora de Nova York – a Serhant – lutando para ser a primeira. O grande astro da série é o proprietário Ryan Serhant, com seu carisma, seu sorrisão e suas lições de administração e relações humanas.
Como em outras produções semelhantes, Dominando Manhattan mostra os bastidores da imobiliária e seus corretores lutando pelas melhores contas. Eles representam os personagens típicos de qualquer novela – a mulher agressiva e ambiciosa, o jovem arrogante, a mocinha ingênua etc. Brigam em frente às câmeras, choram, discutem, fazem acusações, e tudo mais. Será tudo natural? Haverá um planejamento dramatúrgico na ação deles de forma a montar ganchos para o próximo episódio?
Não sabemos. E isso no fundo não importa para tornar a série irresistível, já a caminho de uma segunda temporada. Lembrando as célebres palavras do carnavalesco Joãozinho Trinta, “quem gosta de miséria é intelectual”. E o programa é repleto de visitas a imóveis milionários, carrões blindados e roupas de grife. “Todos nós somos voyeurs”, declarou Ryan Serhant em entrevista ao Los Angeles Times. “Todo mundo quer o que não pode ter. Todo mundo fantasia. É o que nos move para frente”,
Para garantir a nossa atenção, o grande troféu da empresa Serhant é simplesmente o apartamento mais caro do mundo: um triplex no mais alto dos edifícios residenciais, o Central Park Tower. Valor inicial: 250 milhões de dólares. O corretor que conseguir a venda leva 10 milhões de comissão.
(O site do edifício informa: o preço já caiu para 195 milhões. Algum interessado?)
Silvio Almeida está fora da Esplanada dos Ministérios e da Bienal do Livro de SP 
