Antes mesmo de descobrir o rombo de R$ 20 bilhões e de pedir recuperação judicial, a Americanas já vinha devolvendo galpões de armazenagem de produtos para o comércio eletrônico. Neste ano, a varejista, que também tem forte atuação no e-commerce, devolveu um espaço em Fortaleza (CE) e pretende usar a estrutura de Recife (PE).
Levantamento nacional feito pela SDS Properties, imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos, mostra que em 2022 a Americanas chegou a ocupar 830 mil metros quadrados em condomínios. Desse total, a empresa devolveu quase 20%. Foram desocupados barracões entre Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP).
Neste ano, além do galpão em Fortaleza, a varejista também vai devolver espaços que somam 69 mil metros quadrados em Hortolândia (SP) e nas regiões metropolitanas de Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).
Segundo a presidente da imobiliária e responsável pelo levantamento, Simone Santos, “as devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, ela disse que há risco para o mercado em Porto Alegre (RS), onde a taxa de vacância chega a quase 17%, bem acima da nacional, que é de 10,4%.
Das áreas onde a Americanas tem galpões alugados, cujas devoluções poderiam ter impacto no mercado, caso ocorram, Simone aponta Recife e Pará, onde a varejista ocupa 10% e 50% dos espaços locais, respectivamente. O Rio de Janeiro também preocupa. A empresa ocupa cerca de 80 mil metros quadrados de galpões, e a cidade tem uma das maiores taxas de vacância do Brasil, de 16%.
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