A falta de eletricidade em uma grande parte da cidade de São Paulo, que já dura quatro dias, tem causado sérios prejuízos aos setores de varejo e serviços. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que as perdas brutas causadas pelo apagão já somam cerca de R$ 1,65 bilhão, faturamento que as áreas atingidas deixaram de registrar no período.
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Esse valor pode aumentar, pois a distribuidora de energia Enel ainda não deu previsões concretas sobre o restabelecimento total do serviço.
Segundo a FecomercioSP, o varejo paulistano já acumula um prejuízo de pelo menos R$ 536 milhões por causa da paralisação de parte do setor. No ramo de serviços, as perdas são estimadas em R$ 1,1 bilhão.
Esses cálculos levam em consideração que, em finais de semana, o comércio de São Paulo costuma faturar em torno de R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto o setor de serviços gera R$ 2,3 bilhões diários.
Desde a sexta-feira 11, a federação atua para auxiliar os setores mais afetados pelo apagão através do diálogo com autoridades, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Prefeitura de São Paulo, além de cobrar da Enel uma rápida solução para o problema. A FecomercioSP considera “inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra com constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses”.
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O atual corte de energia já dura três dias, e o último, ocorrido no fim de 2023, estendeu-se por uma semana. A falta desse serviço essencial afeta tanto a população quanto os negócios, o que resultou em grandes prejuízos para o setor empresarial.
A federação já alertou a Enel sobre as perdas diárias de mercados, restaurantes, farmácias e outros estabelecimentos que ficam impossibilitados de operar sem energia e internet.
Além dos custos adicionais, muitos empresários foram forçados a alugar geradores, contratar funcionários extras ou adquirir combustível para manter os equipamentos em funcionamento.
O apagão também compromete o fornecimento de água, pois muitos edifícios no centro da cidade dependem de bombas hidráulicas que estão paradas.
Esse episódio reforça a necessidade de discutir uma reforma administrativa em âmbito nacional, segundo a federação. “Todas as instâncias de governo, apesar de grandes arrecadadoras de tributos, não conseguem fornecer serviços básicos à população — quanto mais com qualidade minimamente aceitável”, alega a FecomercioSP, em nota. “Tanto setores relevantes da economia do país — como o comércio e os serviços de São Paulo — quanto as classes mais pobres, que dependem da energia elétrica no cotidiano, são os mais prejudicados.”
Aneel promoveu festa de Halloween durante apagão
Uma festa de Halloween foi realizada dentro das dependências da Aneel, nesta segunda-feira, 14. O evento ocorreu enquanto São Paulo enfrenta uma crise com interrupções no fornecimento de energia elétrica, como noticiado por Oeste.
Embora a participação não fosse obrigatória, muitos funcionários criticaram a realização do evento. Eles acreditavam que a atmosfera festiva não combinava com a gravidade da situação enfrentada pela equipe responsável por resolver o apagão no Estado mais populoso do país.
Nesta terça-feira, 15, São Paulo chegou ao quarto dia sem energia nesta terça-feira, com 250 mil imóveis — residências e comércios — sem luz.
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