As recuperações judiciais bateram recordes em 2023, com uma alta de 77% em comparação a 2022, segundo os dados da Serasa Experian.
O ano passado foi marcado por recuperações judiciais de peso e simbólicas, como Americanas, Light, Oi, Grupo Petrópolis, 123milhas e SouthRock (dona de marcas no Brasil como Starbucks, Eataly, TGI Fridays e Subway).
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Para especialistas, previsões para 2024 mostram que essa tendência vai continuar.
Os últimos dados disponíveis no Indicador de Inadimplência das Empresas, do Serasa Experian mostram que, em setembro de 2023, 6,6 milhões de empresas estavam inadimplentes no país, totalizando R$ 122,2 bilhões em dívidas.
De acordo com o levantamento, em média, as empresas possuíam à época, sete compromissos vencidos.
Como nos meses anteriores, empresas do setor de serviços lideram o levantamento, com 54,4 % delas em condição de endividamento, seguidas por companhias do ramo comercial, com 36,7%.
De acordo com o Luiz Deoclécio Fiore de Oliveira, presidente da OnBehalf do Brasil, o fenômeno é resultado da conjuntura econômica desfavorável de 2023 e dos efeitos ainda negativos da pandemia de covid-19.
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“As empresas que tiveram impacto nas vendas como consequência da pandemia apostaram em uma recuperação rápida após a normalização das atividades com a vacinação em massa, mas o retorno do fluxo de receita não correspondeu às expectativas para cobrir o rombo”, salientou o executivo.
Varejo e agro devem liderar recuperações judiciais em 2024, avaliam especialistas
Para Filipe Denki, especialista em Direito Empresarial e sócio do Lara Martins Advogados, o varejo deve ser novamente o setor que mais deve sofrer com recuperações judiciais em 2024.
Entretanto, segundo o advogado, o agro também não deve escapar de momentos ruins.
“O varejo é sempre sensível a crises econômicas em razão das baixas margens de lucro, mas com certeza podemos ter um grande aumento nos pedidos de recuperações judiciais no setor agrícola, que vem sofrendo nos últimos anos com a alta dos preços dos insumos, baixo preço dos grãos, alto custo do crédito e agora com efeitos climáticos”, salientou.