Segundo analistas do mercado ouvidos por Oeste, o avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil deve ser o principal fator que levará à retomada econômica do país no segundo semestre deste ano. O setor industrial, que registrou um bom desempenho no primeiro trimestre de 2021 e ajudou a alavancar o Produto Interno Bruto (PIB), deve ser um dos segmentos beneficiados (clique aqui para ler a reportagem especial completa).
“Agora estamos vivendo uma nova rodada em que o desempenho do PIB está sendo revisto para cima. Nós [da Fiesp] não revisamos para baixo antes e agora não estamos revisando para cima. Permanecemos com os 4%. Temos uma leitura positiva da situação. O segundo semestre vai ter uma forte reação adicional da economia”, afirma a Oeste o diretor-executivo de economia e estratégia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), André Rebelo.
Reportagem especial: “A resiliência da indústria”
“A partir do segundo semestre, a economia começará a reabrir porque as pessoas terão mais confiança, já que os grupos de risco [para a covid-19] estarão vacinados e, enquanto isso, o processo de vacinação vai se consolidando. Achamos que, nessa velocidade, dependendo da entrega de IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo, os insumos para a produção de vacinas], lá por outubro ou novembro a vacinação da população brasileira está liquidada. Isso vai dar um ânimo”, projeta.
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Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), atrela o resultado da economia brasileira neste ano à velocidade do programa de imunização. “A projeção desse cenário depende muito da vacinação, para se ter uma ideia de como vai ser o ritmo de recuperação neste ano. Não afeta diretamente a atividade industrial, mas na hora em que houver uma vacinação em massa você vai ter uma melhora no mercado de trabalho, sobretudo naquele informal”, analisa.
“Vai ter uma retomada de renda de muitas famílias. Isso certamente vai contribuir bastante para a retomada, principalmente daqueles setores que estão mais prejudicados no momento, mas também para a continuidade dessa recuperação da indústria ou pelo menos a manutenção de um patamar mais alto.”
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