Na quinta-feira 14, o banco Bradesco acusou a Americanas de fazer movimentação judicial desleal para atrapalhar a perícia de fraude contábil. À Justiça de São Paulo, a instituição financeira afirmou que a empresa em recuperação judicial tenta preservar a reputação de controladores e conselheiros.
O banco fez as acusações depois de ter uma ação suspensa a pedido da varejista. Em manifestação à Justiça, o Bradesco classificou como “abusivo” o recente movimento da Americanas.
Motivo do Bradesco acusar a Americanas para a Justiça
Na terça-feira 12, a Americanas questionou na Justiça a imparcialidade da Kroll, consultoria encarregada de realizar a perícia dos computadores no processo então movido pelo Bradesco contra a varejista.
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A direção da Americanas, por sua vez, acusou a empresa e o escritório Warde Advogados, que representa o banco, de atuarem em conflito juntamente com as empresas Kabum, Itaú BBA e Magalu.
Em recuperação judicial depois de confirmar problemas contábeis na casa dos bilhões de reais, a rede também disse que a Kroll havia sido contratada por credores da varejista para dar consultoria na recuperação judicial.
Em manifestação à Justiça, o banco refutou a argumentação. Segundo a acusação do Bradesco, a Americanas tentou suspender as investigações.
“Quanto mais surgem evidências da participação dos controladores e dos conselheiros naquela que todos agora já chamam de a maior fraude corporativa do Brasil, mais desesperadas passam a ser as medidas adotadas pela Americanas para refrear as investigações e impedir que documentos comprometedores venham a público”, afirmou o banco.
Para o Bradesco, o questionamento da Americanas chegou com atraso, uma vez que a Kroll tinha sido nomeada no processo de produção antecipada de provas movida pelo banco em 30 de janeiro. Ou seja, há quase oito meses, sem que a varejista tenha apontado conflito sobre a perícia.
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O banco afirmou que também já era pública a informação de que a consultoria fora contratada pela Kabum anteriormente.
“Há pelo menos seis meses a Americanas sabe que há um outro litígio no qual o Warde Advogados representa os interesses de um cliente que contratou um parecer da Kroll para subsidiar sua briga”, afirmam os advogados do Bradesco. “Logo, há muito tempo ela poderia ter arguido a fajuta suspeição que agora levanta.”
Muito triste uma empresa que se presta a uma coisa dessas.