Brasil tem maior deficit nas contas externas desde 2021

As contas externas do Brasil apresentaram um déficit de US$ 4,6 bilhões em março, o maior valor negativo para o mês desde 2021. Os dados são do Banco Central, divulgados nesta quinta-feira, 2.

O saldo negativo inclui o superávit da balança comercial de bens de US$ 5,1 bilhões. O número representa uma queda de 44,8%, em relação a março de 2023, com exportações de US$ 28,4 bilhões e importações de US$ 23,4 bilhões (balança comercial).

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Além disso, o déficit na conta de serviços atingiu US$ 3,7 bilhões em março, com um aumento de 21,4%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

A renda primária, por sua vez, totalizou US$ 6 bilhões, um aumento de 6,8%, em relação ao déficit de US$ 5,6 bilhões de março de 2023.

Primeiro trimestre de 2024

No primeiro trimestre deste ano, o saldo negativo das contas externas foi de US$ 14,4 bilhões, o maior déficit para o período desde 2021. A crescente do saldo negativo foi de 14,1%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

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No acumulado de 12 meses até março, as contas externas do Brasil apresentaram um déficit de US$ 32,6 bilhões. O valor representa 1,46% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse saldo negativo era de US$ 27,3 bilhões em fevereiro e de US$ 49,3 bilhões em março de 2023.

Investimento direto

Em relação ao Investimento Direto no País (IDP), o valor chegou a US$ 9,6 bilhões em março de 2024, o maior para o mês desde 2012, quando alcançou US$ 15 bilhões.

Esses dados refletem a dinâmica das transações internacionais do Brasil, ao considerar importações, exportações, balança comercial, serviços adquiridos no exterior e investimentos diretos.

Contas públicas registram déficit primário de R$ 1,5 bilhão em março

O Tesouro Nacional divulgou, na última segunda-feira, 29, um déficit primário de R$ 1,5 bilhão em março, do governo central. Esse desempenho está abaixo do esperado pelos analistas da agência Reuters, que projetavam um saldo positivo de R$ 1,5 bilhão para o mês.

Em comparação com fevereiro, o resultado mostra uma melhora em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o saldo negativo foi de R$ 7 bilhões.

Apesar do déficit, março de 2024 registrou o melhor resultado para o mês desde março de 2021, quando houve um superávit de R$ 2,4 bilhões (considerando os valores corrigidos pela inflação).

A despesa total teve um aumento real de 4,3%, chegando a R$ 165,3 bilhões. Já a receita líquida, ao excluir transferências para governos regionais, cresceu 8,3%. As cifras chegaram a R$ 163,8 bilhões.

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