Previsão do Tesouro Nacional leva em consideração os efeitos causados pela pandemia de coronavírus na economia
Com gastos extras para o combate ao coronavírus, queda de receitas pelo adiamento de pagamento de tributos e com atividade econômica em queda, o Tesouro Nacional prevê déficit nas contas públicas de R$ 708,7 bilhões. Esse valor corresponde a 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB).
Se a estimativa se confirmar, será o maior déficit primário (despesas maiores que as receitas, sem considerar o cálculo os gastos com juros) já registrado pelo setor público consolidado, formado por União, Estados e municípios.
Em abril, o Tesouro previa déficit primário de R$ 600 bilhões. Em 2019, o déficit primário do setor público foi de R$ 61 bilhões (0,9% do PIB).
“O déficit do setor público pressupõe que não haja novas frustrações de receitas e renovação dos programas de combate aos efeitos econômicos e sociais da covid-19, muitos dos quais programados para terminar em junho. Se algum programa for renovado ou se houver novas frustrações de receitas, o déficit primário do setor público passará de 10% do PIB, pressionando ainda mais o crescimento da dívida líquida e bruta”, diz o Tesouro, em relatório desta quinta-feira.
O Tesouro aponta que a dívida pública bruta deverá passar de 75,8% do PIB, em 2019, para mais de 93% do PIB com as medidas já anunciadas. A dívida líquida do setor público passará de 55,7% para cerca de 68% do PIB em um ano.