O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou, na ata desta terça-feira, 7, que debateu a estratégia e a extensão de ciclos apropriados na política monetária, em um cenário global incerto.
Embora o comitê tenha considerado a “evolução do processo de desinflação”, disse que o processo desinflacionário tende a ser mais lento na atual conjuntura. Dentre os fatores mencionados no cenário atual estão as taxas de juros mais longas nos Estados Unidos e as novas tensões geopolíticas.
Na quarta-feira 1º, quando houve a discussão da nova taxa de juros, o conselho reduziu a Selic em 0,5 ponto porcentual, pela terceira vez, levando a taxa de 12,75% para 12,25%.
Leia também: “Banco Central corta Selic em 0,5 ponto percentual pela terceira vez”
O Copom reforçou ainda que mantém “firme o compromisso com a convergência da inflação para a meta, no horizonte relevante, e reforça que a extensão do ciclo refletirá o mandato legal do Banco Central”.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário, que tende a ser mais lento; e as expectativas de inflação, com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demandam serenidade e moderação na condução da política monetária”, diz o texto. “O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas — Art. 26.”
Copom diz que integrantes concordaram com corte ligeiro
Segundo o Copom, seus integrantes concordaram de forma unânime com a expectativa da manutenção de cortes de 0,50 ponto porcentual em futuras reuniões.
Os membros avaliaram que esse seria o “ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
O BC avaliou que houve progresso desinflacionário “relevante”, mas que “ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta”. Isso requer “serenidade e moderação” na condução da política monetária do país.
+ Leia mais da Economia em Oeste
A instituição financeira abordou tópicos pertinentes ao cenário econômico no 5º artigo de sua ata, como taxa de juros, taxa de câmbio e inflação.
“A trajetória para a taxa de juros é extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio (dólar) parte de R$ 5, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC)”, afirmou a autarquia.
O BC mencionou o preço do petróleo, as projeções de inflação do Copom e a inflação de preços administrados de 2023 a 2025 (contrato ou monitorados).
Inflação
- 4,7% para 2023;
- 3,6% para 2024; e
- 3,2% para 2025.
Inflação de preços administrados
- 9,3% para 2023;
- 5,0% para 2024; e
- 3,6% para 2025.
Leia também: “Federal Reserve decide manter taxa de juros inalterada”