O dólar começou operando em alta ante o real nesta sexta-feira, 6, com uma alta de 0,83%. A moeda norte-americana bateu R$ 5,21 às 10 horas.
O salto se deu por causa da divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos (EUA), o Payroll, que vieram mais fortes do que se esperava. Os indicadores favoreceram a valorização do dólar.
Em setembro, os EUA criaram 336 mil vagas de emprego. Isso representou quase o dobro da previsão do mercado, que esperava a abertura de 170 mil vagas no mês.
Os dados foram divulgados no relatório mensal de emprego dos EUA, elaborado pela Secretaria de Estatísticas do Trabalho do governo norte-americano.
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O relatório também indica que o desemprego se manteve em 3,8%, e os salários aumentaram a um ritmo moderado.
Dados do emprego nos EUA impulsionaram o dólar
O avanço na criação de empregos reforça o argumento de continuar a subida de juros pelo Federal Reserve (FED), o Banco Central dos EUA.
A previsão dos analistas é que a criação recorde de empregos aumente as pressões inflacionárias na economia norte-americana. Isso poderia forçar o FED a subir mais uma vez os juros nos EUA até o final do ano.
Juros norte-americanos mais altos significam maior interesse por parte dos investidores internacionais, que buscam ativos seguros e rendimentos interessantes.
Um cenário que provocaria uma redução de investimentos estrangeiros no Brasil e, como consequência, uma desvalorização do real.
Analistas preocupados com a economia brasileira
Os dados macroeconômicos do Brasil também preocupam os analistas do mercado financeiro.
A previsão de um rombo primário nas contas públicas — entre R$ 130 bilhões e R$ 150 bilhões — neste ano está gerando desconforto entre os investidores.
A promessa do governo federal de zerar o déficit público em 2024 é considerada irrealista pela maioria dos tomadores de decisão na Faria Lima, considerando a alta expressiva dos gastos públicos nos primeiros oito meses do ano.
Além disso, a perspectiva de um aumento no curto e médio prazo da carga tributária — por causa dos efeitos combinados da reforma tributária e das necessidades de financiamento dos gastos públicos — está contribuindo para a desvalorização do real frente ao dólar.
Se não se criam empregos nos EUA, o dólar sobre. Mas se criarem empregos nos EUA… Bom, nesse caso o dólar também sobe!