Os lockdowns generalizados em várias regiões da China para conter os casos de covid-19 surtiram um efeito negativo para a economia, afetando a atividade industrial e os gastos de consumidores no país.
O crescimento econômico da China desacelerou acentuadamente no segundo trimestre deste ano, mostraram dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 15.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% de abril a junho, em relação ao ano anterior, e ficou abaixo das expectativas — os analistas previam uma expansão de 1%. Esse foi o pior resultado para a segunda maior economia do mundo desde o início da série histórica, em 1992.
Na comparação trimestral, o PIB caiu 2,6% no segundo trimestre, ante expectativas de queda de 1,5% e ganho revisado de 1,4% no trimestre anterior.
No primeiro semestre, o PIB cresceu 2,5%, muito abaixo da meta do governo de 5,5% para este ano.
“Dado o crescimento moderado, é provável que o governo da China implemente medidas de estímulo econômico a partir de agora para acelerar seu crescimento, mas os obstáculos são altos para cortar ainda mais as taxas de juros, pois isso aumentaria a inflação, que foi mantida relativamente baixa no momento”, avaliou o economista Toru Nishihama à agência de notícias Reuters.
Efeitos
Os bloqueios totais ou parciais foram impostos nos principais centros do país em março e abril, incluindo a capital comercial Xangai. Embora muitas dessas restrições tenham sido suspensas e os resultados de junho tenham dado sinais de melhora, os analistas não esperam uma rápida recuperação econômica do país.
A China está mantendo sua dura política de “covid zero” em meio a novos surtos, o mercado imobiliário do país está em profunda queda e as perspectivas globais não são animadoras.
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