Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) indica que o Brasil já conseguiu recompor grande parte das perdas de seu Produto Interno Bruto (PIB) geradas pelos efeitos da pandemia de covid-19, que já dura quase um ano.
De acordo com o levantamento, obtido pelo G1, no fim do ano passado o país havia recuperado 89,1% das perdas em relação ao segundo trimestre, até agora o momento mais crítico para a economia na crise atual (retração de 9,7%). Em 2020, o PIB do país recuou 4,1%, segundo dados divulgados na quarta-feira 3 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — resultado que, apesar de negativo, foi melhor do que as estimativas iniciais do mercado.
Por outro lado, segundo o estudo do Ibre, a recuperação esboçada no quarto trimestre do ano passado (alta de 3,2% na comparação com os três meses anteriores) não deve prosseguir no mesmo patamar neste início de ano, em um momento de recrudescimento da pandemia e dificuldades para a vacinação em massa.
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“Esse cenário provoca uma desaceleração, seja por um problema da demanda, de as pessoas ficarem com medo de sair, consumir, seja por um problema de oferta, de os governos estarem adotando algumas medidas para restringir a circulação”, afirma o superintendente de Estatísticas Públicas do Ibre, Aloisio Campelo Jr.
A recuperação relativamente rápida da economia brasileira se deve, em grande parte, ao auxílio emergencial pago pelo governo federal durante a pandemia. “O efeito maior foi do auxílio. Ele veio numa magnitude, sobretudo quando eram parcelas de R$ 600… Houve até um aumento da massa salarial disponível”, diz Campelo.
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