O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, elevou na quarta-feira 2 a taxa de juros em 0,75 ponto porcentual pela quarta vez consecutiva — o sexto no ano. Com isso, os juros norte-americanos passam a um intervalo de 3,75% a 4% ao ano.
O aperto monetário de maior intensidade é uma ofensiva do Fed para tentar controlar a inflação, que está assolando a economia do país há meses.
Devido aos sucessivos aumentos de três quartos de ponto porcentual, que começaram a partir de 15 de junho, a taxa de juros nos EUA atingiu seu maior nível desde janeiro de 2008.
Em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (Fomc) destacou a intenção de trazer a inflação, que atualmente está em 8,2% ao ano, para próximo da meta de 2%.
“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços de energia e pressões de preços mais amplas”, afirmou o Comitê.
“A guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas, criando uma pressão adicional sobre a inflação e pesando sobre a atividade econômica mundial. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários”, acrescentou.
O impacto no Brasil
A alta de juros nos EUA vem penalizando os mercados globais há alguns meses. A possibilidade de recessão na maior economia do mundo ainda preocupa. Um cenário que também prejudicaria o Brasil.
Essa alta de juros nos EUA tem duas consequências imediatas: fortalecimento do dólar e queda na atividade econômica.
O Brasil é diretamente impactado pelas duas, dólar mais alto tem impacto direto na inflação e queda na atividade econômica dos Estados Unidos afeta negativamente o desempenho de todas as economias do mundo, explicou Guilherme Loures, economista da WIT Invest. “Nesses cenários, é natural que aconteça uma migração para ativos mais seguros, como os títulos públicos americanos. Esse movimento acaba retirando capital dos mercados emergentes como a bolsa brasileira”, disse ao jornal Estado de S.Paulo.