O número de brasileiros com dívidas atingiu 71,4% em julho, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. A quantia representa acréscimo de 4 pontos em relação ao mesmo período de 2020, e 1,7% sobre os dados do mês passado. Realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o levantamento está em seu maior nível desde que foi criado, em janeiro de 2010.
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O mais alto porcentual ocorre entre as famílias que recebem até 10 salários-mínimos: 72,6% — registro que estava em 70,7% em junho, e 69% no ano passado. Para aqueles com renda familiar acima deste valor, a proporção de julho ficou em 66,3%.
Dos devedores, 10,9% se dizem muito endividados e, portanto, não terão condições de honrar seus compromissos. 25% das famílias relatam que se encontram “mais ou menos endividadas”, e 31% afirmam que têm com poucas dívidas.
“A renda dos brasileiros está afetada e o mercado de trabalho está fragilizado por conta da pandemia de covid-19, tanto as atividades formais como as informais”, afirmou à CNN Izis Ferreira, economista da CNC. “Além disso, temos os motivos econômicos externos, como a diminuição do valor pago pelo auxílio emergencial e o aumento da inflação no país. Tudo isso junto faz com que as pessoas cheguem ao fim do mês sem dinheiro.”