A percepção de que o pior momento da crise de fornecimento de peças ficou para trás fez a Fiat antecipar na segunda-feira a volta de 970 dos 1,8 mil trabalhadores que estavam havia dois meses afastados da produção na fábrica de Betim, em Minas Gerais.
Nesta sexta-feira, 10, durante apresentação à imprensa das perspectivas da montadora, o presidente da Stellantis na região, Antonio Filosa, projetou crescimento de 10% a 12% do mercado de veículos leves no ano que vem, quando, acredita, haverá maior equilíbrio, ainda que não por completo, no abastecimento de componentes eletrônicos.
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Stellantis é o grupo automotivo formado a partir da união das montadoras Fiat Chrysler e PSA Group (controladora das marcas Peugeot e Citroën).
A tendência é que os demais operários em layoff (suspensão de contratos de trabalho) da fábrica que produz os modelos mais populares do grupo voltem, como já estava previsto, após as férias tradicionais do fim de ano.
“Em relação aos semicondutores, temos sinais de que começa a haver equilíbrio. Não vai se equilibrar totalmente, mas vai melhorar em relação à performance anterior”, disse Filosa.
Segundo ele, tanto os fornecedores quanto a própria indústria de veículos global vêm se movimentando para reduzir a escassez de chips, responsável atualmente pelo maior gargalo de produção nas montadoras .
“Não posso ser louco e falar que os problemas vão acabar, mas vejo sinais de melhora da oferta de semicondutores”, acrescentou o presidente da Stellantis.
Liderança
Ao explicar por que a Fiat está terminando o ano como a marca de carro mais vendida no país, Filosa disse que, na “luta pelos semicondutores”, a montadora perdeu menos produção do que a maioria dos concorrentes.
Nas contas dele, a Fiat conseguiu ganhar 2,5 pontos porcentuais em participação de mercado por não ter tido que parar tanto a produção quanto a concorrência.
Mesmo com a volatilidade que costuma marcar anos eleitorais, em especial no câmbio, a direção da Stellantis reafirmou o programa de investimentos, lançado há mais de dois anos, que prevê R$ 7,5 bilhões até 2023 na fábrica que produz modelos da Fiat e da Jeep em Pernambuco. O valor inclui a chegada de novos fornecedores de peças — a meta é alcançar 60 deles no entorno do parque industrial.
Sobre o desempenho financeiro do grupo na América do Sul, Filosa disse que cabe ao presidente global do grupo, o português Carlos Tavares, fazer o anúncio. Adiantou, porém, que a rentabilidade foi melhor do que a do ano passado, quando a montadora ficou no chamado breakeven, ou seja, praticamente no zero a zero entre receitas e despesas.
Com informações do Estadão Conteúdo
Ah Fiat, teu passado te condena, ainda nos lembramos do Mauricio.