Os restaurantes estão autorizados a reabrir no Estado de São Paulo a partir deste sábado, 24, ainda em horário reduzido e seguindo protocolos sanitários e regras de limite máximo de ocupação, na chamada “fase de transição” do plano de enfrentamento à covid-19. Entretanto, após mais de um ano convivendo com medidas de restrição ao funcionamento em razão da pandemia, inúmeros proprietários de estabelecimentos não poderão reabrir as portas — seus negócios não resistiram à crise e quebraram. É o caso de Christian Grether, de 62 anos, ex-sócio-proprietário da TBK Administradora de Cozinhas Industriais (The Big Kitchen), que comandava, desde 1989, um restaurante localizado dentro das instalações do escritório central da América Latina da Dow Brasil, gigante multinacional do setor químico.
O negócio foi montado por Christian e seu irmão, Dietmar Grether, de 67 anos. Ambos tiveram formação na Alemanha, na área de hotelaria, antes de abrir o restaurante no Brasil. A TBK operava em horário comercial, de segunda a sexta-feira, e servia cerca de 15 mil refeições por mês. “Na época, a gente conheceu o então presidente da diretoria [o cubano Ernesto Ramón], que simpatizou conosco e fez um convite para tocarmos a cozinha dele. Nós ficamos lá 31 anos e tivemos um ou outro restaurante nesse percurso, mas o carro-chefe sempre foi esse dentro da Dow. Nosso trabalho envolvia tudo o que acontecia dentro do prédio: qualquer evento, coquetel, até jantares para o presidente e os diretores. Qualquer serviço relacionado ao prédio era com a gente”, conta o empresário.
Leia também: “‘Viramos zumbis empresariais. Estamos como mortos-vivos’, diz presidente de associação de bares e restaurantes”
Nesta entrevista a Oeste, Christian Grether relata como a pandemia de covid-19 atingiu o restaurante, que não resistiu aos primeiros impactos da crise e teve de fechar as portas ainda em março do ano passado. “Passamos por várias gestões ali, por algumas crises, mas nada parecido com a pandemia”, afirma. “É uma coisa muito rápida. O negócio não era grande, mas era redondinho. Dava para pagar tudo, tinha sua receita certinha, tudo bonitinho. Quando fecha a torneira e não entra mais nada, é só despesa. Em dois meses, quebrou.”
Leis os principais trechos da entrevista:
1 — Como o senhor recebeu a notícia de que o restaurante fecharia as portas após mais de 30 anos de atividade?
A Dow nos chamou, no dia 18 de março [de 2020], no fim da tarde, para avisar que no dia 20 já não poderíamos pôr o pé no prédio. Só teria um dia lá para desmontar o circo, levar o meu escritório para casa e comunicar os funcionários. Na época, a gente ainda acreditava que em 14 dias iria reabrir, que era aquela história no começo [da pandemia]. Eu tinha 40 funcionários na folha. Nós tivemos uma conversa com o pessoal da Dow, tentamos renegociar alguma solução, mas precisava de ajuda deles. Eles não se mostraram interessados em ajudar em absolutamente nada. Passamos por várias gestões ali, por algumas crises, mas nada parecido com a pandemia. Por sorte, a gente sempre teve todas as reservas para uma eventual liquidação. Isso foi importantíssimo. O que vemos hoje, nessa quebradeira toda, é muita gente que quebrou e não indenizou os funcionários, está devendo para fornecedor… Muita gente em desespero. Não que a gente tenha saído bem, mas pelo menos conseguimos indenizar todo mundo. Tínhamos funcionários de 25, 30 anos de casa. Nós pagamos seis meses de salário depois que não tinha mais receita. Foi um fim bem doloroso mesmo. Agora, pelo menos a gente teve toda a reserva ali para liquidar tudo. Eu não tive nenhuma reclamação trabalhista até hoje. Nós perdemos o negócio em função da pandemia. É uma coisa muito rápida. O negócio não era grande, mas era redondinho. Dava para pagar tudo, tinha sua receita certinha, tudo bonitinho. Mas, claro, quando fecha a torneira e não entra mais nada, é só despesa. Em dois meses, quebrou.
2 — Depois de passar por tudo isso, como o senhor vislumbra o pós-pandemia? Pensa em montar um novo negócio?
Estamos completamente descapitalizados. Nesse meio de bar, restaurante, hotelaria, entretenimento, e com essa incerteza, eu não me animo muito a investir, captar dinheiro e montar alguma coisa. No geral, acho que muita coisa vai mudar [após a pandemia]. Essa pandemia antecipou o home office, que já existia dentro da Dow. Eles davam um dia da semana para o pessoal trabalhar em casa. Hoje, com a tecnologia que evoluiu tanto, eles perceberam que é uma grande vantagem. A economia para a empresa é enorme. Mesmo acabando a pandemia, o home office vai continuar forte. Em regiões extremamente comerciais e com muitos restaurantes, como na [Avenida Engenheiro Luís Carlos] Berrini, na Chácara Santo Antônio [bairro da zona sul de São Paulo], tinha muito restaurante ali que só funcionava de segunda a sexta no almoço. Esses restaurantes vão ter muita dificuldade.
3 — Como o senhor avalia as medidas restritivas impostas ao setor durante a pandemia? Algo de positivo pode ser tirado dessa crise?
O pessoal pagou um preço altíssimo, tanto que muitos não aguentaram. Fecharam, quebraram. Casas tradicionais, antigas, que estavam muito bem. Acho que foi exagerado. Bares que tinham as mesas na calçada, e eles proibiram na calçada, mas dentro podia. Não faz sentido. Você está ao ar livre do lado de fora. Põe menos mesa dentro, como eles também exigiram. Teve muita coisa errada. Se seguisse as normas de segurança direitinho, acho que dava para manter aberto. Já é ruim limitar a 40% [da capacidade], mas pelo menos ajuda. Foi exagerado. Foi um preço altíssimo o que os bares e restaurantes pagaram e ainda estão pagando. É fácil de fazer as contas. Você pega um restaurante nos Jardins. Quanto o pessoal paga de aluguel, mão de obra cara… Eu ainda dou graças a Deus que eu fechei. Ainda bem que eu fechei e não fiz nenhum acordo com eles lá, porque seria pior. Voltar, de repente, com 50 funcionários. Não fecharia a conta nunca. Por outro lado, toda crise traz muitas oportunidades. A gente vê muito delivery. Ajudou e está ajudando a passarmos por essa crise. O delivery é uma coisa que já existia, mas hoje está muito mais forte e vai crescer muito mais. Eu também acho que é um hábito que está se criando. As pessoas descobriram que dá para pedir pelo aplicativo, viram que não é complicado. As embalagens melhoraram muito, a comida melhorou muito, tem muita concorrência. O pessoal trabalha em casa e não vai perder algumas horas para cozinhar.
4 — Os restaurantes estão autorizados a reabrir em São Paulo a partir do dia 24 de abril. Como o senhor recebeu a decisão do governo do Estado?
Tem que abrir os restaurantes. Tem que abrir, e cada um tem de fazer o seu trabalho para que não haja tumulto, para não aglomerar… Se continuar tudo fechado, quem não está quebrando vai arcar com prejuízos enormes. Eu sou a favor que reabram os restaurantes e também os bares.
5 — O governo paulista anunciou um crédito de R$ 100 milhões e a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos setores mais afetados pela pandemia. Que outras medidas deveriam ser tomadas?
Teriam que entrar com alguma coisa mais significativa. Eles falam que vão ajudar, dar alguma isenção de imposto, mas nem é isenção às vezes, é só empurrar o pagamento de algum imposto mais para frente. Teriam realmente que entrar com aporte financeiro para ajudar para valer, para dar um fôlego.
Além de assassinar milhares de empresas, fica a dica pra associação comercial de São Paulo não deixem mais o Doria entrar em nenhum bar , restaurante e lojas .
A ciência dele matou pelo menos 40 mil pessoas no estado, comparado com a não ciência de Porto Seguro e Porto Feliz.
Manda a conta pro Doria “O Ciência Assassina “
Quem vai pagar por todo esse estrago? Agora me bateu uma curiosidade: Quanto ou qual foi o tamanho desse prejuízo em todo o país, será que dá para computar isso?
Este relato se junta aos mais 10.000 estabelecimentos falidos pela incompetência dos Governadores e Prefeitos, apoiados pelo “Partido SStf”.
Malditos sejam este políticos e juízes militantes!
O próprio articulista da Revista é induzido a atribuir a culpa à pandemia. A culpa pela falência deste empresário e pela perda de emprego das 40 pessoas que trabalhavam no restaurante, é do Lockdown imposto pelo governador, sem nenhuma comprovação de eficácia e absolutamente nenhum embasamento científico.
Concordo com a Leila. Exigir indenização, com o pagamento ATUALIZADO por LUCROS CESSANTES. Tanto o Estado como o Município devem ser processados, pois ambos demonstraram e estão demonstrando incompetência. Como falar em evitar aglomeração quando o Prefeito chegou a decretar RODÍZIO PAR/ÍMPAR, causando enorme aglomeração nas plataformas e nos ônibus, metrô e trens?????????????? Como falar em necessidade de vacinação quando funcionários da limpeza urbana, da coleta de lixo, da manutenção dos serviços de água, esgotos, eletricidade e dos transportes coletivos deveriam ter sido os primeiros a receberem a tal vacina??? Todavia, o que vemos é um bando de engomadinhos bem penteados e bem nutridos vendendo a imagem de abnegados preocupados com a salvação de vidas e, pior, achando plateia para tanto!!! Tinha razão Einstein quando achava a ignorância humana infinita!!!
TODOS os empresários prejudicados por governadores deveriam se UNIR e entrar com AÇÃO JUDICIAL POR DANOS FINANCEIROS contra seus estados.
Judicial? No brasil? Kkkkkkk
“Fique em casa – a economia a gente vê depois”.