Alerta é feito por grupo de economistas do Insper em livro com propostas para a retomada do mercado pós-passagem do coronavírus
Sair da crise desencadeada pelo coronavírus significa debater não apenas como retomar a situação de antes, e sim planejar e adotar medidas para tornar o setor público mais eficiente e estabelecer condições para que o Brasil possa voltar a crescer.
O alerta é feito no trabalho “Uma agenda econômica pós-pandemia: parte I – qualidade do gasto público e tributação”, coordenado por Marcos Lisboa, presidente do Insper.
Nele, a equipe do centro universitário liderada pelo economista apresenta um diagnóstico de deficiências do Estado brasileiro, demonstrando o resultado ineficiente de políticas públicas, os obstáculos criados por regras que levam ao aumento contínuo de despesas e as distorções decorrentes do sistema tributário atual.
O conjunto de fragilidades, segundo os autores, mostrou-se ainda mais evidente durante a pandemia.
E esse quadro pode ser agravado caso sejam tomadas escolhas como a expansão desenfreada de gastos.
“Estamos andando sobre gelo fino e com alto risco de perder o controle da nossa dívida pública, o que nos legaria décadas de inflação alta, instabilidade cambial e estagnação do crescimento econômico”, afirmam os economistas.
No trabalho, eles sugerem uma agenda ampla para tornar o setor público mais eficiente nos próximos anos, contribuindo para a redução da pobreza e da desigualdade.
Entre as propostas estão a realização de uma reforma tributária, a unificação de benefícios sociais existentes com a realocação dos recursos já utilizados, o controle do crescimento da despesa primária, a racionalização de gastos com pessoal, previdência e assistência social, a alteração de pontos da legislação federal para dar mais flexibilidade à despesa de Estados e municípios e a adoção de instrumentos que busquem melhorar os resultados de políticas de educação e saúde.
Além de Lisboa, participaram de da obra o pesquisador Marcos Mendes, a economista Laura Müller Machado, o professor Ricardo Paes de Barros e o também economista Vinícius Botelho.
Se o Judiciário, Congresso e elites do funcionalismo público deixarem!