Ao comentar o impasse em relação ao Orçamento de 2021, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que acredita em acordo e admitiu que “certamente” houve erro da equipe econômica nas negociações. Segundo ele, todos os envolvidos estão em parte certos e errados.
Guedes minimizou os problemas entre o governo e o Congresso e responsabilizou ministros que seriam “mais ousados” na negociação de emendas com parlamentares. “Sempre tem ministro mais ousado, tem ministro fura-teto”, disse em evento promovido pelo Bradesco BBI. “Esquecem de combinar com os outros, e a conta não fecha.”
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Apesar de não ter deixado claro a quem se referia, grande parte das emendas que teriam extrapolado os acordos estaria relacionada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho, um desafeto de Guedes. O texto causa polêmica, pois retirou R$ 26 bilhões que seriam usados com despesas obrigatórias e colocou o montante para obras e ações de interesse dos parlamentares.
Paulo Guedes disse que sua equipe acompanhou acordos políticos que somavam R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões. “De repente teve acordo que extrapolou”, afirmou. “Todo mundo está junto no erro. Quando somou, deu quase o dobro do combinado”, pontuou.
Sem apontar culpados, Guedes disse que sua função é dizer se os acordos políticos cabem ou não. “Quero preservar a figura do presidente da Câmara, que cumpriu sua parte”, disse, sobre Arthur Lira.