O empresário Jorge Paulo Lemann, de 84 anos, manifestou-se pela primeira vez sobre a crise que envolve a Americanas. Ele proferiu a declaração no Brazil Conference 2024, que ocorre neste sábado, 6, em Boston, nos Estados Unidos.
“No geral, tive sucesso nos negócios”, disse Jorge Paulo Lemann. “Mas os últimos dois anos não foram de muito sucesso. Tivemos uma crise em uma das nossas empresas [Americanas], a primeira que compramos, com uma fraude contábil. Estamos lidando com isso. São 30 mil funcionários e temos de tentar salvar a companhia.”
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
O Brazil Conference é um evento organizado pela comunidade brasileira da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos localizados na região.
A crise na Americanas
A Americanas, dona da fintech Ame e da loja Imaginarium, revelou uma fraude contábil que falseava os resultados financeiros da companhia no início de 2023. O então CEO, Sergio Rial, pediu demissão ao encontrar essas inconsistências.
Desde o início da crise, a companhia entrou em recuperação judicial, demitiu 10 mil funcionários e fechou ao menos 130 lojas.
Leia também: “A hecatombe das Lojas Americanas”, reportagem de Bruno Meyer publicada na Edição 150 da Revista Oeste
O balanço patrimonial da Americanas referente aos nove primeiros meses de 2023 mostra que a companhia tem um passivo de R$ 31,2 bilhões. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 4,6 bilhões no período.
Em razão da crise, Jorge Paulo Lemann e os sócios Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles se comprometeram com um aporte de R$ 12 bilhões na Americanas. Assim, elevaram sua participação conjunta de 30% para até 49,3%. Carlos Alberto Sicupira era considerado o sócio mais próximo da operação da companhia.
A visão de Jorge Paulo Lemann sobre o governo brasileiro
O empresário também comentou outros assuntos. A mentalidade dos governos brasileiros, por exemplo. “Sempre me surpreendo com os presidentes do nosso país, por que não sabemos quais são os cinco objetivos mais importantes para o Brasil”, observou. “E sempre me pergunto: ‘por que nossos líderes não pensam nisso e não agregam toda a população para definir prioridades?’. Em Cingapura fizeram isso. Olha o que aconteceu com o país nos últimos 50 anos.”
Jorge Paulo Lemann acredita que a definição de cinco objetivos está por trás da estratégia de sucesso de suas empresas. Para o empresário, avaliar constantemente o cumprimento das metas é importante para chegar ao resultado. “Descobri que as pessoas que sempre admirei foram as pessoas que tinham uma ideia bem esclarecida do ponto essencial de uma questão, do problema”, disse. “Com esse método, podemos alcançar qualquer coisa.”
Leia mais: “O caso Americanas pode contaminar outras empresas do setor”, entrevista com Ariane Benedito na Revista Oeste
Pergunta pra Tábata para ver se ela conhece os tais objetivos…
Esta muito preocupado mesmo, ah tá. Usou recursos das americanas para comprar outros ativos e aí simplesmente deixa falir.