A varejista de móveis e itens de decoração Tok&Stok obteve na última sexta-feira, 9, pedido de recuperação extrajudicial.
A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Justiça de São Paulo concordou com a solicitação da empresa, que tem dívida de R$ 642 milhões.
Conforme a decisão, o processo não deve prejudicar clientes, funcionários e fornecedores, uma vez que a maior parte da dívida é com bancos e outras instituições financeiras.
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Os principais credores da dívida são Bradesco, Santander, Domus e FS Investments. Essas empresas respondem por 65% das dívidas da companhia e, todas elas, concordaram com o plano de reestruturação.
Empresa de tecnologia pediu a falência da varejista
A Tok&Stok enfrenta problemas financeiros desde 2003, quando chegou a contratar uma consultoria no sentido de reorganizar suas contas.
Em razão da crise no caixa, a varejista deixou de pagar diversos compromissos, entre eles, o aluguel de seus pontos comerciais. Em um dos casos, um shopping de Ribeirão Preto (SP) entrou na Justiça e pediu o despejo da Tok&Stok.
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Da mesma forma, a varejista enfrentou uma ação judicial em Minas Gerais. Um fornecedor do segmento de tecnologia também recorreu à Justiça para solicitar a decretação de falência ante um débito em atraso no valor de R$ 3,8 milhões.
Concorrente deve assumir controle da Tok&Stok
Pouco antes de a Justiça se pronunciar favoravelmente à recuperação extrajudicial, o mercado já noticiava a compra do controle da Tok&Stok pela concorrente Mobly.
Parte do mercado acredita, no entanto, que o acerto para a fusão tinha como condicional a resposta positiva da Justiça sobre o pedido de recuperação extrajudicial.
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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o co-fundador e presidente da Mobly, Victor Noda, disse que os primeiros ganhos depois da fusão vão ocorrer a partir de negociações com fornecedores.
O executivo citou, ainda, benefícios como ganhos tributários decorrentes da migração de produtos importados pela Tok&Stok. Afinal, a Mobly já conta como uma estrutura montada na China.
Outra ideia é reduzir a área de vendas das lojas Tok&Stok, pois haveria ganho de espaço para inclusão de itens da Mobly, ampliando a diversidade de produtos para os clientes.