À frente do Ministério das Comunicações desde a recriação da pasta, em junho de 2020, Fábio Faria tem uma missão ao atuar no primeiro escalão do governo federal: fazer com que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se torne atrativa aos olhos de corporações atuantes na iniciativa privada para, em consequência, deixar de ser bancada diretamente pelos pagadores de impostos no país. Ele falou sobre esse trabalho na noite desta segunda-feira, 1º de março, ao ser entrevistado pela rádio Jovem Pan.
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Faria admitiu que a tarefa não é das mais fáceis. Isso porque a EBC, conglomerado de mídia pública implementado durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, conta com estrutura que não se sustenta. Arrecada pouco, mas gasta demais, comentou o ministro. Situação essa que, de acordo com a explicação, faz a União gastar muito com o projeto. E, assim, não consegue ter, no momento, perspectiva de atrair interessados em comprar a empresa.
“Se oferecer agora no mercado, ninguém vai querer”
“É uma empresa que nós temos que otimizar primeiro”, declarou Fábio Faria durante participação no programa Os Pingos nos Is. “Ficou muito grande, mas com arrecadação muito pequena. Se oferecer agora no mercado, ninguém vai querer”, prosseguiu o ministro, que durante a atração radiofônica interagiu com Guilherme Fiuza e Ana Paula Henkel, colunistas da Revista Oeste. Faria ainda admitiu que a EBC dá prejuízo anual na casa dos R$ 500 milhões.
Venda de ativos da EBC
Para mudar esse cenário, de alto custo ano após ano e de ter a desestatização inviabilizada por falta de interessados, o ministro das Comunicações adianta o interesse de vender ativos da EBC. Sem dar detalhes e prazos, ele falou na possibilidade de comercializar imóveis da empresa. Atualmente, o projeto midiático conta com bases em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro. “Só assim [com venda de ativos], ela terá perspectiva de crescimento que hoje não tem”, analisa o aliado do presidente Bolsonaro.