As ações do Nubank fizeram nesta quinta-feira, 9, sua estreia na Bolsa de Valores de Nova Iorque (Nyse).
Na véspera, como noticiado por Oeste, a fintech foi avaliada pelos investidores em US$ 41,7 bilhões (o equivalente a R$ 233 bilhões), firmando-se como o banco mais valioso da América Latina.
“A abertura de capital permite que tenhamos um impacto muito maior do que já tivemos até agora”, afirmou Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, durante cerimônia que marcou a estreia do banco digital na bolsa norte-americana. “É muito emocionante, principalmente pelos milhões de brasileiros que agora são nossos sócios.”
Cerca de 815 mil pessoas investiram nos chamados Brazilian Depositary Receipts (BDRs) — certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil que representam ações de companhias abertas com sede no exterior. Com isso, a oferta já é a maior em número de investidores de varejo no mercado local.
Além disso, cerca de 7,5 milhões de pessoas aceitaram um BDR sem custos por meio do programa recém-lançado NuSócios.
Segundo o Nubank, o programa pretende “multiplicar em dezenas de vezes o número de brasileiros com acesso a este tipo de investimento”. Quando uma empresa entra na Bolsa de Valores, as pessoas podem comprar ações e se tornar sócias ou acionistas dela.
Desde o dia 9 de novembro, a companhia tem convidado os clientes a se tornarem sócios ou acionistas. “Queremos que você consuma nossos conteúdos financeiros, descubra as possibilidades para seu perfil e que possa, com todas as informações disponíveis, tomar as melhores decisões para o seu futuro”, disse o Nubank em comunicado sobre o programa. “É uma chance de entrar no universo da Bolsa de Valores com a pontinha do pé, sem ter que desembolsar nada por isso. E, a partir daí, entender mais sobre investimentos como um todo.”
O que o NuSócio ganha
Com o certificado, o cliente/sócio poderá negociar um percentual da ação do Nubank na Bolsa de Valores brasileira (B3). A estimativa é que as unidades de BDR do programa equivalerão a um sexto do papel a ser emitido nos Estados Unidos.
Para receber as BDRs, é preciso ser um cliente ativo, ter uma conta do banco que não esteja bloqueada para transações, não estar inadimplente com a instituição por mais de oito dias corridos e ter realizado ou recebido pelo menos uma operação em qualquer produto do Nubank nos últimos 30 dias antes de aderir ao programa.
O cliente que optar por ganhar o BDR terá, obrigatoriamente, de manter o papel na carteira de investimento por um ano. Essa vedação para negociação vale apenas para o BDR doado — se o cliente pagar, efetivamente, pelos BDRs, poderá negociá-los livremente na B3, de imediato.
“Ao longo de 12 meses, os pedacinhos ficam junto ao Nubank, que servirá como comissário mercantil. Basicamente, o Nu vai cuidar desses BDRs durante um ano e, ao final deste período, as pessoas poderão decidir o que querem fazer com seu investimento”, informou o banco digital.
A B3, a Bolsa de Valores brasileira, conta com cerca de 3,5 milhões de investidores. “Portanto, o NuSócios tem o potencial de dobrar este número ao fim da jornada de 12 meses. Afinal, mesmo se todos os investidores que estão hoje na B3 tivessem pedido um pedacinho, o número aproximado de 7,5 milhões de pessoas que aceitaram o BDR pelo NuSócios já é mais que o dobro dos cadastrados na B3”, afirma a fintech.
Novo aporte
A Berkshire Hathaway, gestora do megainvestidor Warren Buffett, fez um novo aporte no Nubank e comprou o equivalente a US$ 260 milhões em ações do banco digital, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
A oferta teria sido precificada na noite de quarta-feira 8, com a ação valendo US$ 9 e uma demanda pelos papéis que já superava US$ 9 bilhões.