A agência de viagens 123 milhas fez o pedido de recuperação judicial depois de contrair uma dívida que passa de R$ 2 bilhões. Tal situação provocou a abertura de mais de 1,6 mil processos na Justiça.
O objetivo da empresa com a recuperação é tentar proteger o grupo de todas as execuções de débitos, incluindo medidas adotadas por órgãos de defesa do consumidor.
O pedido da defesa da agência solicita a tutela de urgência, com a alegação que toda a crise foi instaurada com a alta no preço das passagens aéreas e a quebra de confiança. A empresa afirma que isso provocou a suspensão do produto Promo123 e afetou as demais vendas.
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A empresa ainda afirma que a promoção paralisada corresponde a apenas 5% do total de clientes — 250 mil de um universo de 5 milhões atendidos ao ano.
O pânico gerado no mercado pelas medidas tomadas pela empresa acarretou em uma desconfiança dos agentes de mercado, vencimento antecipado de contratos e escassez de créditos, além da corrida de credores ao Judiciário, colocando em risco o caixa da empresa.
Crise da 123milhas e o caminho para o pedido de recuperação judicial
Na ação em que pede recuperação judicial, a agência de viagens alega que, apenas em Belo Horizonte, onde tem sede, é alvo de quatro ações judiciais por hora.
No estopim da crise, a 123milhas chegou a oferecer vouchers com o valor pago pelo cliente, além de correção monetária. Porém, desde segunda-feira 28, quando protocolou o pedido de recuperação judicial, a companhia informa em seu site que não emitirá os vouchers.
“Enquanto estiver em tramitação o processo de recuperação judicial, seu voucher não poderá ser solicitado”, afirma a empresa, em seu site oficial.